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13/Ago/2020

Agricultura sustentável atrai investimentos verdes

As oportunidades de investimento verde na agricultura brasileira somam R$ 692,4 bilhões até 2030, de acordo com o plano “Destravando o Potencial de Investimentos Verdes para Agricultura no Brasil”, desenvolvido pela Climate Bonds Initiative (CBI), lançado em junho deste ano com a presença da ministra Tereza Cristina. O setor de florestas é um dos mais promissores e foi tema de webinar nesta quarta-feira (12/08) promovido pela CBI com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que reuniu representantes de celulose e papel, de equipamentos florestais, de fundos de investimento, inovação tecnológica e do Ministério. No mercado financeiro verde do Brasil, o uso da terra é a segunda maior categoria de aplicação desses recursos (35,2% do total), liderada por emissões de títulos de empresas de papel e celulose.

O autor do plano de investimento e membro da Iniciativa Brasileira de Finanças Verdes destacou que capital próprio e bancos (linhas públicas de crédito rural) são as principais fontes financiadoras da agropecuária, e que os títulos verdes aparecem como uma opção. Uma parte dessas fontes pode ser substituída por títulos verdes. Para ampliação da emissão desses títulos no País, ele recomenda melhoria na regulação de instrumentos de mercado (como criação de um fundo específico), simplificação das linhas de crédito (como concessão de mais crédito para quem preserva) e seguros (por exemplo, expansão do zoneamento agrícola). A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) ressaltou que, desde 2016, o setor emite títulos verdes. Os recursos são usados principalmente para a silvicultura, geração de energia renovável, gestão de resíduos sólidos, reflorestamento de florestas nativas, conservação da biodiversidade e adaptação às mudanças do clima.

Uma das empresas de papel e celulose mais atuantes nesse mercado é a Suzano, que, em 2016, emitiu um ABS (título lastreado por ativo) verde de US$ 235 milhões (CRA - Certificado de Recebíveis do Agronegócio - de R$ 1 bilhão) para financiar projetos florestais. A sustentabilidade é parte integrante de como a companhia faz negócio. Sobre o mercado verde no País, embora o Brasil seja o segundo maior na América Latina (US$ 5,9 bilhões), a comunidade doméstica de investidores necessita crescer quando comparada com a de outros países. É inegável que existe uma oportunidade para as empresas brasileiras se financiarem com a emissão de títulos verdes. A agricultura brasileira avançou nas últimas décadas na adoção de práticas sustentáveis de produção, com baixa emissão de carbono, implantação de sistemas integrados (entre eles, agroflorestas) e aumento da produtividade agrícola com baixa ocupação de área.

O Ministério da Agricultura reforçou que um dos pilares para o avanço das finanças verdes é o cumprimento do Código Florestal, que prevê preservação de mata nativa nas propriedades rurais, variando de 20% a 80% da área dependendo do bioma. A sociedade brasileira não quer e não tem intenção de desmatar mais nada para aumentar sua produção agropecuária. Para a Rizoma Agro, o uso de técnicas sustentáveis e inovadoras traz mais segurança para o investidor e prova que o Brasil pode produzir alimentos para todo o mundo recuperando áreas. A John Deere afirmou que está finalizando protocolos para um plano de atração de investimentos internacionais para propriedades sustentáveis. O mais importante é que dentro das fazendas existam sistemas sustentáveis e equilibrados. A Mirova Natural Capital Brazil – Athelia Funds, destacou o surgimento de fundos para investimentos em conservação ambiental, melhoria de vida de comunidades ligadas à bioeconomia e recuperação de áreas degradadas. O próximo encontro irá debater os investimentos verdes em energia renovável. Fonte: Ministério da Agricultura. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.