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12/Ago/2020

Fertilizantes: comercialização antecipada aquecida

Mais de 30% dos fertilizantes a serem utilizados nas lavouras brasileiras no primeiro semestre do ano que vem, período de semeadura do milho 2ª safra, já foram comercializados. A alta rentabilidade do produtor, com o dólar forte ante o Real somada aos níveis historicamente baixos dos preços dos insumos levaram à antecipação das compras de adubos tanto para o primeiro semestre quanto já para a safra 2021/2022. Esse movimento de antecipação de compras para a 2ª safra não é comum no mercado brasileiro neste período do ano, o que mostra um avanço positivo frente ao observado em igual período do ano passado. O ritmo de comercialização de insumos para o ano que vem se acelerou a partir de maio. Até o fim de julho, 31% do volume já havia sido comprado, índice que chegou a 41% na Região Centro-Oeste.

O levantamento foi feito no mês de julho com misturadoras, distribuidoras, cooperativas, médios e grandes produtores de todas regiões do País e considera as vendas de adubos por meio da fixação de preços e fechamento de contratos para entrega futura. Mesmo com o dólar sendo negociado acima de R$ 5,00, que torna a importação de insumos agrícolas mais onerosa, os baixos preços dos adubos mantiveram a relação de troca favorável ao produtor brasileiro. A relação de troca (quantidade necessária de determinada commodity para compra de uma tonelada de adubo) de determinados adubos com soja e milho, por exemplo, era a melhor dos últimos 10 anos. Contudo, o viés baixista foi revertido, com a forte demanda dos principais países produtores. Há alta de 10% no preço dos fosfatados no Brasil nos últimos dois meses e de 30% de incremento nas cotações dos nitrogenados.

A tendência é de recuperação dos preços dos insumos no curto e no médio prazo. Desde fim de maio, os fosfatados subiram 25% e nitrogenados 30% nos Estados Unidos (referência para os preços internacionais). Diante dessa tendência, o produtor capitalizado antecipou as compras. A comercialização dos adubos a serem utilizados nas lavouras no segundo semestre deste ano está em ritmo normal com 77% dos fertilizantes vendidos até o fim de julho, ante 47% do fim de abril. O índice é maior nas grandes regiões produtoras de grãos de verão (1ª safra 2020/2021), que são semeados a partir de setembro, como o Centro-Oeste, onde 81% dos adubos já foram contratados, e no Sul, em que a comercialização atinge 84%. É um volume semelhante ao observado no mês de julho de safras anteriores. Agora em agosto, o produtor se concentra nas entregas.

A região que ainda precisa adquirir algum volume de fertilizantes é a Sudeste, porque geralmente as compras para lavouras de cana-de-açúcar e café são diluídas ao longo do ano. Com a previsão de crescimento na área plantada de grãos e cenário otimista para as demais culturas brasileiras, o consumo de fertilizantes no Brasil neste ano pode ter um incremento ainda maior que o esperado. Até o fim do ano, as entregas devem crescer cerca de 2,5% na comparação com o volume consumido no ano passado de 36,2 milhões de toneladas. A perspectiva era e que a alta no volume seria limitada pelas culturas de açúcar e algodão, que foram prejudicadas pelos reflexos econômicos da pandemia de Covid-19. Mas, agora estão em recuperação e devem aplicar um volume normal de insumos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.