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10/Ago/2020

Amazônia: desmatamento tem forte avanço no ano

Apesar da redução de registros em 28% em julho, na comparação com o mesmo mês de 2019, os alertas de desmatamento da Amazônia nos últimos 12 meses devem superar em 34% o mesmo período do ano passado. Os alertas do sistema Deter de monitoramento devem fechar em mais de 9.170 Km² para o período de agosto de 2019 a julho de 2020, ante 6.844 Kkm² observados nos 12 meses anteriores. Hamilton Mourão, que coordena o Conselho da Amazônia e é responsável pela Operação Verde Brasil 2, que combate desde maio crimes ambientais na Amazônia Legal, destacou o primeiro número positivo de 2020. Desde o ano passado, o governo é cobrado internacionalmente para reduzir o desmatamento. Por 14 meses consecutivos (desde maio do ano passado), os alertas feitos pelo Deter foram maiores do que os registrados nos mesmos meses do ano anterior. Julho foi o primeiro mês a trazer alguma queda.

O mês de teve alertas de desmatamento de 1.622,64 Km², ante 2.255,33 Km² em julho de 2019. Apesar da melhora, trata-se do segundo pior julho da série histórica do Deter, de cinco anos. Julho do ano passado teve o pior dos registros, considerado catastrófico por especialistas, 200% acima do pior valor até então (julho de 2016). O pesquisador Raoni Rajão, da UFMG, que recentemente rastreou quanto do desmatamento ilegal em propriedades privadas na Amazônia pode estar ligado a soja e gado exportados, afirmou que, apesar de o número de julho ainda ser muito alto, pode representar uma quebra de tendência do aumento constante dos últimos meses. Mas, isso ainda não significa que está sob controle. Agora, é preciso aprofundar as ações e engajar de maneira mais séria. Para outros especialistas em Amazônia, a situação preocupa. Segundo o Observatório do Clima, o desmatamento está fora de controle. É uma situação muito complicada, porque em outros momentos de grandes crises na Amazônia, os governos procuraram agir.

Na década de 1990, o governo Fernando Henrique Cardoso aumentou o tamanho da Reserva Legal (área de propriedades privadas que tem de ser protegida) para 80% na Amazônia. Nos anos 2000, foi criado o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm). Na quarta-feira (05/08), um grupo de 62 organizações da sociedade civil, do qual o Observatório do Clima faz parte, enviou uma carta para o Congresso brasileiro recomendando cinco medidas emergenciais para conter a crise aguda da Amazônia. O grupo sugeriu que seja adotada uma moratória de cinco anos para o desmatamento na Amazônia; o endurecimento das penas a crimes ambientais; a retomada imediata do PPCDAm; a demarcação de terras indígenas, quilombolas e criação, regularização e proteção de Unidades de Conservação; além da reestruturação do Ibama, do ICMBio e da Funai. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.