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05/Ago/2020

Comércio global deve recuar com força em 2020

A Organização Mundial do Comércio (OMC) afirmou que a pandemia do coronavírus levará o comércio internacional a sofrer um grande baque em 2020. A previsão dos economistas da entidade é de perda de 13% neste ano. Esse resultado é pior do que na crise de 2008/2009; pior do que isso só na grande depressão. As políticas fiscais estimulativas que estão sendo adotadas por países no mundo todo para fazer frente à pandemia terão que ser corrigidas, mas isso não pode ser feito de maneira prematura, para não anular os efeitos do aumento de gastos. Não adianta ter política estimulante no fiscal e restritiva no comercial, ou uma anula a outra. A pandemia do coronavírus não acabará com a globalização, mas deverá trazer mudanças para o comércio internacional e o relacionamento entre os países. A entidade não espera que haja retrocesso na globalização, mas sim mudanças na lógica da globalização.

O discurso antiglobalização continuará no futuro imediato. Há um crescimento de frustração nas populações, sobretudo na classe média, que encontra no comércio exterior um bode expiatório para questões como o desemprego. A causa do desemprego é o avanço tecnológico. Atacar a globalização não resolve o problema. Apesar desse sentimento, mais da metade das medidas comerciais adotadas desde o advento da Covid-19 foram para facilitar o comércio. A previsão é de que a "nova cara" da globalização passará por uma reconfiguração das cadeias globais de valor, com as corporações tentando reduzir as dependências em relação a um só insumo, um só fornecedor ou uma só região. A pandemia expôs o risco de concentração da produção. As cadeias de produção serão ampliadas e o Brasil pode se aproveitar de oportunidade. Mas, tem que ter competitividade.

Quanto à questão ambiental, ela não é conjuntural e veio para ficar. Qualquer grande acordo mundial no futuro incluirá questão ambiental. Na OMC, começam a falar de negociações que levem questão ambiental em consideração. Ela não vai sumir e é preciso estar preparados para lidar com ela de maneira construtiva e crível. A reforma da OMC não ocorrerá de maneira rápida, nem óbvia e inclui temas como subsídios, cuja discussão requer sensibilidade política e toma tempo. O eixo Estados Unidos-China continuará ditando a política internacional nos próximos anos e isso vinha causando tensões mesmo antes da pandemia. Estados Unidos e China se veem como rivais, sobretudo o lado norte-americano, e têm modelos políticos diferentes. Isso leva a tensões. Houve desaceleração econômica em 2019, já resultado de tensões entre estes dois países. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.