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16/Jul/2020

Amazônia terá um novo controle de desmatamento

Para minimizar as críticas sobre a gestão do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o controle do desmatamento, o governo federal anunciou um sistema mais preciso para ajudar a conter a devastação nas áreas mais críticas, o chamado Deter Intenso, e um novo satélite para o ano que vem, o Amazônia-1, com o mesmo objetivo. O anúncio ocorreu um dia após exoneração da coordenadora da área que monitora o desmatamento no Inpe, Lubia Vinhas. O ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes, afirmou que o governo não vai mexer no grupo de controle. Na sexta-feira (10/-7), foram divulgados os dados de alertas de desmatamento de junho, os mais altos dos últimos cinco anos. O desmatamento da Amazônia e a pressão que o governo vem sofrendo de investidores estrangeiros e locais estão com destaque no noticiário desde o fim de junho.

Uma das justificativas do vice-presidente Hamilton Mourão, que coordena os esforços do chamado Conselho da Amazônia, foi alegar que os mecanismos de monitoramento são péssimos. Marcos Pontes apresentou um projeto que está em vigor desde fevereiro, o Deter Intenso, mas que ainda não tinha sido divulgado. Trata-se de aprimoramento do Deter, sistema que já fornece alertas rápidos de desmatamento para orientar a fiscalização em campo. Até meados deste ano, o satélite principal com o qual o Inpe trabalha, o Cbers-4, revisitava uma área em média a cada cinco dias. Com a entrada em operação em julho de um novo satélite, o Cbers-4A, agora dois satélites circulam o planeta atentos à Amazônia, fornecendo novas imagens de uma mesma área a cada três dias, o que permite um monitoramento ainda mais contínuo da vegetação.

Mas, havia uma demanda do Ibama, principal órgão de fiscalização do governo federal, que os dados, além de mais frequentes, fossem também mais precisos. A ideia foi reduzir as regiões onde o satélite voltaria a olhar. Apesar de o monitoramento ter como objetivo compreender toda a Amazônia, há áreas com pouca atividade e outras com desmatamento intenso. Como aumentar a frequência de monitoramento para toda a Amazônia seria impossível, foram selecionadas as áreas de alta taxa de desmatamento. Quatro áreas de máximo interesse foram delimitadas com o Ibama. O Deter Intenso traz imagens do Cbers-4A com um nível de resolução de até 2 metros e combina essas informações com dados de radar, capazes de “ver” através das nuvens, uma limitação dos dados ópticos dos satélites.

É possível revisitar os “hotspots” de desmatamento uma vez por dia, liberando relatórios diários das áreas mais críticas. Isso aumenta a possibilidade de pegar um desmatamento em flagrante. Pontes reafirmou que a retirada de Lubia Vinhas da coordenação da Observação da Terra (OBT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) é uma mudança que estava prevista no processo de reestruturação que começou a ser elaborado no ano passado. Segundo ele, o objetivo é melhorar a gestão de recursos, de pessoal e a eficiência em termos de execução de projetos, mas afirmou que não haverá mudanças no funcionamento dos projetos que monitoram a Amazônia, como o Deter e o Prodes. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.