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13/Jul/2020

Meio Ambiente: governo se compromete com metas

O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) aprovou posicionamento do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que, em videoconferência com empresários brasileiros na sexta-feira (10/07), admitiu o combate ao desmatamento ilegal com o um dever do Estado e se comprometeu a realizar um estudo a fim de viabilizar o estabelecimento de metas semestrais. O principal foco da reunião foi o compromisso com o combate ao desmatamento ilegal. Houve uma inflexão. É positivo o Estado dizer: reconhecemos que é grave e vamos tomar medidas. Do lado dos empresários a principal mensagem é que preservação e produção podem conviver. Em carta enviada na semana passada a Mourão e representantes do Legislativo e Judiciário, o grupo pede ações firmes do governo federal no combate ao desmatamento e fala em atenção e preocupação com o impacto nos negócios da atual percepção negativa da imagem do Brasil no exterior em relação às questões socioambientais na Amazônia.

Também menciona a necessidade de adotar rigorosa fiscalização de irregularidades e crimes ambientais na floresta. Os próximos passos vão incluir reuniões com outros poderes e o detalhamento de propostas relativas à rastreabilidade de produtos e a criação de um mercado firme de créditos de carbono, que se estima possa atrair US$ 10 bilhões. Os empresários acreditam que o governo deve estimular essas iniciativas. O encontro, que durou cerca de duas horas, ocorreu um dia após Mourão participar de uma videoconferência com investidores estrangeiros. Detentores de trilhões de dólares sob gestão, os fundos cobram a redução do desmatamento, o combate às queimadas e transparência nos dados sobre a cobertura florestal no País. Além do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), estavam entre os participantes do encontro: Shell, Natura, Itaú, Marfrig, Cargill, Suzano e Vale.

Do lado do governo, Mourão teve a companhia do ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente. Apesar de ser o titular da pasta, Salles ficou de fora da lista de destinatários do Comunicado do Setor Empresarial Brasileiro, enviado esta semana pelos empresários locais a Mourão, na qualidade de presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal, além de representantes do Legislativo e do Judiciário. Circulou nos bastidores a informação de que a presença do ministro causou desconforto aos investidores estrangeiros, críticos de sua política à frente do ministério. Segundo o CEBDS, não houve pedido formal de aporte financeiro em preservação ambiental, mas o ministro do Meio Ambiente sugeriu que os empresários olhassem com mais atenção programas como Floresta Mais e Adote um Parque. Segundo a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Hamilton Mourão prometeu um plano de redução do desmatamento na Amazônia com metas semestrais até 2022.

Essa foi a principal notícia da reunião. Mourão não disse qual vai ser a meta, mas afirmou que o governo faz estudos para apresentar o programa nas próximas semanas. Além disso, a informação sobre um processo de regularização fundiária em áreas não destinadas foi considera favorável. A Cargill defende a aplicação integral das normas aplicadas no código florestal, assim como ações claras de comando e controle contra o que foge e que é ditado pelo código. Na reunião, foram discutidos os riscos do desmatamento para os negócios no Brasil e medidas que o governo brasileiro pode adotar para combater ao desmatamento ilegal no País. A Cargill reforçou seu compromisso em transformar as cadeias de suprimentos que abastecem a companhia para que não haja desmatamento. A empresa afirmou que está acelerando os esforços nessa área, incluindo soluções inovadoras economicamente viáveis para os agricultores.

A Cargill tem um "Plano de Ação da Soja na América do Sul" e destacou alguns avanços dos últimos seis meses. Dentre eles, o mapeamento georreferenciado de 100% de sua cadeia de suprimentos no Brasil, o que permite à empresa identificar e localizar todos os fornecedores diretos e indiretos. A empresa também calculou, pela primeira vez, a participação estimada de sua soja no Brasil cultivada em terras livres de desmatamento e conversão (95,68%). A Cargill informou, além disso, que expandiu seu envolvimento direto com agricultores no País, incluindo uma nova parceria com a maior associação de agricultores da Bahia, e continuou ampliando seu programa de certificação de fontes sustentáveis no Brasil e no Paraguai, contemplando a soja. Os agricultores certificados pelo programa comprometem-se a produzir usando as melhores práticas agrícolas, protegendo o bem-estar dos trabalhadores e gerenciando as emissões de gases de efeito estufa em um processo de melhoria contínua. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.