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01/Jul/2020

Meio ambiente: preocupação com imagem do Brasil

A Câmara dos Deputados tenta acelerar a votação de projetos ambientais, diante de críticas internacionais sobre a gestão do setor no governo brasileiro. A ideia é dar sinais positivos para acalmar investidores estrangeiros, principalmente do agronegócio, e ampliar a pressão sobre o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Em um acordo entre ambientalistas e ruralistas, o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ), pautou para essa semana a votação do Protocolo de Nagoya. É o mais importante regulamento da Convenção de Biodiversidade. O Brasil ajudou a escrever o documento, assinou, mas nunca ratificou, afirmou A Frente Parlamentar do Meio Ambiente. O projeto será relatado pelo presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Alceu Moreira (MDB-RS). A ratificação do protocolo dará ao Brasil o direito de participar de reuniões internacionais que irão debater e estipular regras sobre o acesso a recursos genéticos (sementes, sêmen, plantas, animais).

A votação é uma das respostas do parlamento sobre a questão ambiental, enquanto cresce nos bastidores a pressão contra Ricardo Salles. Ele é alvo de um pedido de impeachment feito por deputados. Desde sua fala revelada no vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, em que diz querer "aproveitar esse período de pandemia para passar a boiada" e simplificar as normas ambientais por decreto, o incômodo com a permanência de Salles no governo, por parte de empresários e da oposição, aumentou. O ministro se defende e diz que é normal haver críticas a uma postura "mais econômica" sobre o meio ambiente. Segundo ele, a pasta, no governo do presidente Jair Bolsonaro, tem uma visão muito clara de que é preciso dar valor econômico ao ativo florestal brasileiro. O ministro teve sua atuação esvaziada com a criação do Conselho da Amazônia, comandado pelo vice-presidente da República, Hamilton Mourão.

A bancada ruralista admite que é preciso trabalhar melhor o cuidado com a Amazônia e que essa questão melhorou agora com o comitê. A expectativa é de que haja redução de queimadas no ano que vem. Também parte da bancada ruralista e líder do Solidariedade na Câmara, o deputado Zé Silva (MG) afirma estar preocupado com a imagem do Brasil no exterior. Os sinais dos compradores do agronegócio brasileiro e do mercado financeiro acendem um sinal de alerta em relação à administração das políticas ambientais do País. Já a Frente Ambientalista fez críticas mais contundentes sobre as políticas públicas atuais e a atuação de Ricardo Salles, pois considera que ele perdeu credibilidade para estar à frente do Ministério do Meio Ambiente. Foram vários pedidos de impeachment protocolados, inclusive da sociedade civil. Para o ministro, as críticas são algo normal. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.