15/Jun/2020
Os primeiros indicadores sinalizam que a recuperação econômica global após a pandemia de coronavírus pode ocorrer de forma mais acelerada do que o previsto inicialmente. No entanto, há preocupações com o aumento de ações nacionalistas no globo, o que pode impactar o mercado de grãos. Não há previsão de nenhum choque de oferta ou demanda extra nos fluxos comerciais. A preocupação é com o maior protecionismo após a Covid-19, além de pressões econômicas que estão apoiando as pessoas neste momento. É preciso que os agentes tenham mais foco sobre as consequências de suas ações no longo prazo para que haja mais previsibilidade e, com isso, mais investimentos e em todos os elos da cadeia produtiva. Assim, não será preciso lidar com novas rupturas. Talvez seja uma tentação criar nova barreiras de comércio, com tarifas, ou outras rupturas, mas todos devem evitar choques de curto prazo e pensar mais nas consequências no longo prazo.
A globalização do comércio provê a previsibilidade para produtores em todo o mundo. Os desenvolvimentos da cadeia produtiva dão previsibilidade de crescimento no mundo e isso é um componente importante para os fazendeiros nos Estados Unidos e no resto do mundo. O comércio mundial de grãos cresceu significativamente nos últimos anos. Desde 2000, o comércio de grãos, incluindo arroz, milho, trigo, soja, entre outros, mais do que dobrou. O movimento foi liderado pela soja (350%), mas também foi vista expansão em outras culturas, como milho (50%) e trigo (76%). Em 1960, um fazendeiro alimentava, em média 25 pessoas e, este ano supre 66 pessoas. Para 2050, um produtor precisará alimentar em média 282 pessoas. Por isso é necessário manter o processo de levar as lavouras de onde são produzidas para onde serão consumidas. A globalização elevou os padrões da vida, principalmente nos países em desenvolvimento.
Os cinco países dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) contam com 40% da população mundial e 25% da terra do planeta e que o Produto Interno Bruto (PIB) dessas nações saltou de 11% em 1990 para 30% duas décadas depois. A China é hoje a segunda maior economia, liderada pela agricultura e representa 25% da indústria do mundo. A classe média da Índia é apoiada pela agricultura e exportação de serviços para todo o mundo. Os demais países (Brasil, Rússia e África do Sul) aproveitaram a globalização para destinar seus recursos naturais ao mundo e que são muito sensíveis aos preços das commodities internacionais e acesso aos mercados. A pandemia de coronavírus deve levar a um impacto do consumo de proteína pela classe média de países emergentes. Haverá uma mudança na demanda, como no caso do trigo, com o lockdown, além de um impacto forte no consumo fora de casa. A pandemia de Covid-19 também terá implicações futuras sobre os bens globais e o protecionismo pode ter impactos nos negócios no futuro. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.