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09/Jun/2020

Banco Mundial prevê queda de 8% no PIB do Brasil

Segundo o Banco Mundial, a pandemia do novo coronavírus levará a atividade econômica no Brasil a encolher 8% em 2020. O resultado põe o País entre os piores desempenhos da América Latina. Uma queda dessa magnitude seria a maior em 120 anos, período para o qual o instituto oficial de estatísticas, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem dados sobre a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) do País. O tombo da economia brasileira é apenas uma das inúmeras faces da recessão severa que o Banco Mundial antevê no cenário global por causa da Covid-19. A necessidade de isolamento social obrigou diversos países a impor medidas de fechamento temporário de escolas, parques e estabelecimentos comerciais, com reflexos sobre a produção, a renda e o emprego. O choque rápido e maciço da pandemia e as medidas de bloqueio total para contê-la levarão a economia global a encolher 5,2% neste ano. Isso representaria a recessão mais profunda desde a Segunda Guerra Mundial, com a maior proporção de economias desde 1870 a experimentar declínio do produto per capita.

De acordo com a publicação "Global Economic Prospects", sobre perspectivas econômicas globais, mais de 90% de 183 economias devem experimentar uma retração devido à Covid-19, uma proporção maior até do que na grande depressão da década de 1930 (quando ficou em 85%). A expectativa de queda para a renda per capita é de 3,6%, o que levará milhões de pessoas à situação de pobreza extrema neste ano. A situação afeta mais os países em que a pandemia foi mais grave e onde há forte dependência do comércio global, do turismo, da exportação de produtos primários e do financiamento externo. Embora a magnitude dos distúrbios varie de uma região para outra, as economias emergentes apresentam vulnerabilidades que são intensificadas por choques externos. Maior informalidade no mercado de trabalho é uma delas. Além disso, interrupções no sistema escolar e no acesso à atenção de saúde primária provavelmente terão impactos duradouros no desenvolvimento do capital humano. Trata-se de uma perspectiva profundamente desanimadora, com a probabilidade de a crise causar cicatrizes duradouras e impor grandes desafios globais.

A primeira ordem é fazer face à emergência global de saúde e econômica. Além disso, a comunidade global deve unir-se para encontrar maneiras de reconstruir a recuperação mais robusta possível para evitar que mais pessoas caiam na pobreza e no desemprego. Para 2021, foram fixadas algumas projeções de referência, que pressupõem que a pandemia se atenue o suficiente para permitir a suspensão das medidas de mitigação do contágio pela doença até meados do ano nas economias avançadas e um pouco mais tarde nos emergentes, que os efeitos secundários globais adversos atenuem no segundo semestre deste ano e que os deslocamentos dos mercados financeiros não sejam duradouros. Nesse cenário, o crescimento global deve ser de 4,2% em 2021, mas menos intenso no Brasil, com alta de 2,2%. No entanto, as perspectivas são extremamente incertas, com o predomínio de riscos no sentido descendente, incluindo a possibilidade de uma pandemia mais prolongada, instabilidade financeira e retração do comércio global e cadeias de suprimento.

Um cenário mais negativo poderia acarretar uma redução da economia global em até 8% neste ano, seguida de uma recuperação lenta em 2021 de apenas 1%. O relatório defende ainda que economias emergentes e em desenvolvimento com espaço fiscal disponível e condições de financiamento economicamente acessíveis deveriam avaliar estímulos adicionais, se persistirem os efeitos da pandemia. Isto deveria ser acompanhado de medidas para ajudar a restaurar a sustentabilidade fiscal de médio prazo, incluindo medidas que fortaleçam os quadros fiscais, aumentem a mobilização de receita interna e eficiência das despesas, e elevem a transparência fiscal e da dívida. A transparência quanto a todos os compromissos financeiros, investimentos e instrumentos como a dívida pública é um passo essencial para criar um clima de investimento atraente e poderia ter progresso substancial este ano.

Algumas economias da América Latina não chegaram ao pico do número de casos de Covid-19 e seguem aumentando de maneira preocupante. Os países devem adotar as políticas necessárias para evitar que a crise sanitária fique pior. Ainda não há indício claro de que algumas economias na região chegaram a um pico de casos, seguem aumentando de maneira preocupante. Assim, qualquer decisão precisa envolver políticas necessárias para evitar que essa crise sanitária fique pior. Cada país lida com a crise de maneira diferente, dependendo do contexto, mas é urgente controlar a crise sanitária e proteger as populações vulneráveis. A solução mais permanente será o desenvolvimento e a disseminação de uma vacina efetiva, mas isso pode levar muitos anos. Essa crise sanitária estará presente por bastante tempo. Inclusive se as medidas de confinamento são relaxadas, será necessário impor comportamento de distanciamento social. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.