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02/Jun/2020

China suspende as importações agrícolas dos EUA

Autoridades da China disseram às principais empresas agrícolas estatais para interromper a compra de alguns produtos agrícolas norte-americanos, incluindo a soja, enquanto o governo chinês avalia a escalada das tensões com os Estados Unidos sobre Hong Kong. As tradings estatais Cofco e Sinograin receberam a ordem de suspender as compras. A China também cancelou um número não especificado de encomendas de carne suína dos Estados Unidos. Empresas privadas não receberam a orientação de suspender as importações. A suspensão é mais um sinal de que o difícil acordo comercial de primeira fase entre as duas maiores economias do mundo está em risco. Embora no mês passado o primeiro-ministro chinês tenha reiterado a promessa de implementar o acordo assinado em janeiro, as tensões continuaram a aumentar desde então, em meio ao impasse sobre a decisão do governo chinês de aumentar seu domínio sobre Hong Kong.

A decisão enfraqueceu o apetite por risco que prevalecia nos mercados. Na sexta-feira (29/05), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disparou uma série de críticas contra a China após o anúncio da nova legislação de segurança nacional em Hong Kong. A medida deve reprimir a dissidência e enfraquecer o princípio de “um país, dois sistemas”, que tem garantido a autonomia de Hong Kong desde 1997, quando os britânicos cederam o controle. Cofco e Sinograin são as principais importadoras de produtos agrícolas da China. As empresas haviam feito cotações de 20 a 30 cargas de soja dos Estados Unidos na sexta-feira (29/05), mas seguraram as compras depois que Donald Trump indicou que puniria autoridades chinesas. O governo chinês espera para ver os passos de Donald Trump antes de decidir a próxima medida. A China concordou em comprar produtos agrícolas dos Estados Unidos no valor de US$ 36,5 bilhões para 2020, como parte do acordo comercial de primeira fase assinado em janeiro. No entanto, o surto de coronavírus interferiu nos planos.

A China conseguiu importar apenas US$ 3,35 bilhões em produtos agrícolas norte-americanos nos primeiros três meses do ano, o menor volume para o período desde 2007, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Ainda assim, quando a China começou a reabrir gradualmente a economia depois do confinamento para controlar o surto de coronavírus, aumentou o ritmo de importações, incluindo uma carga de mais de 1 milhão de toneladas de soja dos Estados Unidos em apenas duas semanas em maio, e raras compras de óleo de soja e etanol. Mas, as tensões entre os dois países começaram a aumentar. Donald Trump culpa a China de falta de transparência sobre o surto de coronavírus. A escalada se refletiu nos mercados de commodities, e a China optou por comprar soja brasileira em vez do grão dos Estados Unidos. Além disso, o governo chinês incluiu algodão e milho entre os produtos que as empresas estatais devem suspender as compras dos Estados Unidos. Fonte: Bloomberg e Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.