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01/Jun/2020

Mudança no consumo de alimentos pós-pandemia

A previsão é de um cenário bastante preocupante para a economia brasileira, após a divulgação, na sexta-feira (29/05), do Produto Interno Bruto (PIB) referente ao período de janeiro a abril pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O PIB do País encolheu 1,5% no primeiro trimestre do ano em relação ao quarto trimestre de 2019. Na comparação com o período de janeiro a abril do ano passado, o encolhimento foi de 0,3%. A pandemia de coronavírus, que começou a afetar a economia principalmente a partir de março, foi o principal motivo do recuo. O único setor a apresentar desempenho positivo foi a agropecuária, cujo PIB subiu 0,6% no primeiro trimestre deste ano ante o quarto trimestre do ano passado e 1,9% na comparação com o primeiro trimestre de 2019.

Mas, nem mesmo o fato de o agronegócio ter fechado com resultado positivo traz tranquilidade. A economia como um todo está encolhendo. O Banco Central projetou uma queda de cerca de 5% no PIB em 2020. Como havia uma expectativa de alta no início do ano, de 2% a 2,5%, deve haver uma retração de mais de 7%. Isso vai influenciar o consumo de alimentos, com reflexos no setor agropecuário do País. Haverá uma massa de desempregados maior e isso significa queda de consumo de alimentos. Além disso, com a piora na qualidade de vida, a população vai ser muito mais cuidadosa na aquisição de alimentos. Nesse cenário, a tendência é de que a participação dos alimentos aumente no orçamento familiar, o que denota um empobrecimento da população.

Na década de 1950, 45% do orçamento familiar era destinado à alimentação. Em 2017/2018, esse percentual girava em torno de 12% a 15% e, agora, num quadro de recessão econômica, essa percentagem deve voltar a aumentar. No Plano Real, a proporção era de um terço nos gastos das famílias com alimentos. Essa queda do PIB é equivalente ao choque do petróleo na década de 1970, mas o pior são as incertezas sobre competência por parte do governo para administrar a crise. É importante lembrar que a crise não é só brasileira, mas mundial, inclusive na China, cujo PIB também está encolhendo. Porém, há países que estão administrando a situação com muito mais competência que o Brasil. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.