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01/Jun/2020

PIB do Brasil sofre queda no 1º trimestre de 2020

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que anunciou na sexta-feira (29/05), os resultados das Contas Nacionais Trimestrais, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou queda de 1,5% no primeiro trimestre de 2020 ante o quarto trimestre de 2019. Na comparação com o primeiro trimestre de 2019, o PIB apresentou recuo de 0,3% no primeiro trimestre de 2020. O PIB do primeiro trimestre de 2020 totalizou R$ 1,8 trilhão. O Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária subiu 0,6% no primeiro trimestre de 2020 ante o quarto trimestre de 2019. Na comparação com o primeiro trimestre de 2019, o PIB da agropecuária mostrou alta de 1,9%. O Produto Interno Bruto (PIB) da indústria caiu 1,4% no primeiro trimestre de 2020 ante o quarto trimestre de 2019. Na comparação com o primeiro trimestre de 2019, o PIB da indústria mostrou queda de 0,1%. O Produto Interno Bruto (PIB) de serviços caiu 1,6% no primeiro trimestre de 2020 ante o quarto trimestre de 2019.

Na comparação com o primeiro trimestre de 2019, o PIB de serviços mostrou queda de 0,5%. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) subiu 3,1% no primeiro trimestre de 2020 ante o quarto trimestre de 2019. Na comparação com o primeiro trimestre de 2019, a FBCF mostrou alta de 4,3%. A taxa de investimento (FBCF/PIB) ficou em 15,8% no primeiro trimestre de 2020. A queda de 1,5% no Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre de 2020 ante o quarto trimestre de 2019 foi a maior desde o segundo trimestre de 2015, quando, em meio à recessão de 2014 a 2016, houve recuo de 2,1% em relação ao primeiro trimestre daquele ano. Com a parada súbita da economia por causa da pandemia de Covid-19, vários componentes do PIB apresentaram seus piores desempenhos desde a última recessão, mas alguns se destacaram ainda mais negativamente na comparação com os trimestres imediatamente anteriores.

Pela ótica da demanda, o tombo de 2,0% no consumo das famílias foi o maior desde o terceiro trimestre de 2001, quando houve queda de 3,1% em meio ao racionamento de energia elétrica. Pela ótica da oferta, a queda de 1,6% no PIB de serviços foi o pior desempenho desde o recuo de 2,3% no quarto trimestre de 2008 ante o terceiro trimestre daquele ano, em meio à crise financeira internacional deflagrada pela falência do banco americano Lehman Brothers. O PIB de “outras atividades de serviços” registrou tombo de 4,6% no primeiro trimestre deste ano ante o último de 2019, o pior desempenho da série histórica do IBGE, iniciada em 1996. A queda de 2,4% no PIB de serviços de transportes foi a maior desde o terceiro trimestre de 2016 (-2,8% ante o segundo trimestre daquele ano). Ainda na ótica da oferta, o PIB da indústria caiu 1,8% ante o quarto trimestre de 2019, pior desempenho desde a queda de 1,8% no quarto trimestre de 2016 ante o terceiro trimestre daquele ano.

Na comparação de um trimestre com o mesmo trimestre do ano anterior, a queda de 0,3% no PIB agregado do primeiro trimestre foi a maior desde o quarto trimestre de 2016, quando houve queda de 2,2% ante o último trimestre de 2015. Pela ótica da demanda, a queda de 0,7% do consumo das famílias no primeiro trimestre ante igual período de 2019 é a maior desde o quarto trimestre de 2016, quando houve recuo de 2,4% ante igual período de 2015. A queda no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no primeiro trimestre de 2020 ante o quarto trimestre de 2019 foi resultado de perdas disseminadas entre as atividades econômicas. As indústrias extrativas recuaram 3,2% no primeiro trimestre de 2020 ante o quarto trimestre de 2019. Os transportes caíram 2,4%, enquanto a construção encolheu também 2,4%. O comércio perdeu 0,8% no período, informação e comunicação diminuíram 1,9%, a indústria de transformação caiu 1,4%.

O segmento de administração, saúde e educação pública recuou 0,5%. O setor de eletricidade, gás e água caiu 0,1% no primeiro trimestre, enquanto as atividades financeiras diminuíram 0,1%. As atividades imobiliárias avançaram 0,4% no primeiro trimestre de 2020 ante o quarto trimestre de 2019. As indústrias extrativas avançaram 4,8% no primeiro trimestre de 2020 ante o primeiro trimestre de 2019. O comércio cresceu 0,4% no período, informação e comunicação teve expansão de 1,3% e as atividades financeiras avançaram 2,0%. As atividades imobiliárias cresceram 1,6% no primeiro trimestre de 2020 ante o primeiro trimestre de 2019. Os transportes caíram 1,6%, enquanto a construção encolheu 1,0%. A indústria de transformação caiu 0,8%. O segmento de administração, saúde e educação pública recuou 0,4%. O setor de eletricidade, gás e água caiu 1,8% no primeiro trimestre. O desempenho desagregado do Produto Interno Bruto (PIB) da indústria do primeiro trimestre de 2020 foi marcado pela pandemia de Covid-19, mas, no caso da indústria de eletricidade e gás, água, esgoto e gestão de resíduos, a queda foi marcada também pelo verão ameno.

Essa atividade industrial recuou 0,1% ante o quarto trimestre de 2019 e 1,8% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. O calor menos intenso leva ao menor consumo de eletricidade, por causa do uso dos aparelhos de ar condicionado. A indústria de transformação, que recuou 1,4% ante o quarto trimestre de 2019 e teve queda de 0,8% na comparação com os três primeiros meses do ano passado, teve comportamento divergente entre suas próprias atividades. Enquanto a indústria automotiva, ao lado da de vestuário, puxaram a atividade para baixo, a produção de alimentos e a de celulose e papel tiveram desempenho positivo. O destaque negativo é a indústria automobilística, afetada tanto pelas exportações para a Argentina quanto pela queda no consumo das famílias. O início do isolamento social levou à paralisação de vários serviços, especialmente os que são prestados às famílias, impactando diretamente o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre.

Sob a ótica da demanda, o consumo das famílias puxou a retração na economia, ao recuar 2,0%. A queda do consumo das famílias teve muito a ver com a queda de serviços também. Também houve queda de consumo de bens duráveis. Por outro lado, aumentou o consumo das famílias de medicamentos, produtos de limpeza e produtos alimentícios. No primeiro trimestre, o PIB encolheu 1,5% em relação ao trimestre imediatamente anterior, com quedas nos serviços (-1,6%) e na indústria (1,4%). Houve paralisação de vários serviços, serviços de entretenimento, restaurantes, salões de beleza. Tudo isso foi fechado em março, com o início do isolamento social, e os serviços sofreram bastante. Isso aconteceu em vários países do mundo também. Já tinha acontecido na China, nos Estados Unidos, na Europa. As safras de soja e arroz puxaram a alta de 1,9% no Produto Interno Bruto (PIB) da Agropecuária no primeiro trimestre em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

Por outro lado, a alta não foi mais expressiva porque contribuíram negativamente os cultivos de fumo e de milho. Embora o consumo das famílias tenha sido o principal componente, pela ótica da demanda, a puxar para baixo o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, mesmo que a pandemia de Covid-19 só tenha afetado mais diretamente a economia brasileira nos últimos 15 dias do período, a partir de meados de março, o setor externo, cujos impactos sobre a atividade começaram mais cedo, também foi destaque negativo. O setor externo teve impacto negativo no PIB do primeiro trimestre porque as exportações caíram 0,9% ante o quarto trimestre de 2019, enquanto as importações cresceram 2,8%. Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, as exportações recuaram 2,2%, enquanto as importações avançaram 5,1%. O setor externo puxou bastante o PIB para baixo, pela ótica da demanda. O isolamento social, no exterior, começou antes.

A China, principal parceiro comercial do Brasil, foi onde surgiu o novo coronavírus. Por causa da parada de fábricas na China, o PIB da indústria já começou a ser afetado em fevereiro, por causa da importação de insumos chineses. Além disso, nas exportações, a demanda chinesa por minerais metálicos também foi afetada pela pandemia. Ainda nas exportações, a Covid-19 derrubou ainda mais as vendas de veículos para a Argentina, que é o principal mercado externo da indústria automotiva nacional e que já vinha em crise econômica. Pelo lado das importações, cujo efeito sobre o PIB é inverso, a alta foi puxada por compras de bens de capital, especialmente aqueles destinados para a indústria de petróleo e gás. Parte dessas importações não teve efeito real na economia, pois se tratou de incorporação contábil de equipamentos já em operações, por causa de mudanças nas regras do Repetro, regime tributário especial do setor de petróleo e gás. Mesmo assim, houve investimento real em novos equipamentos.

O avanço de 4,8% nas indústrias extrativas no primeiro trimestre de 2020 ante o primeiro trimestre de 2019 impediu uma queda maior no Produto Interno Bruto da indústria no período. O PIB da indústria teve leve recuo de 0,1% no primeiro trimestre deste ano, ante o mesmo período do ano anterior. Todos os demais componentes registraram retração: a produção e distribuição de eletricidade, gás e água encolheu 1,8%; a construção diminuiu 1,0%; a indústria de transformação caiu 0,8%. O bom desempenho das indústrias extrativas foi decorrente do crescimento da extração de petróleo e gás, que suplantou a queda na extração de minérios ferrosos no período. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro encerrou o primeiro trimestre de 2020 4,2% abaixo do pico alcançado no quarto trimestre de 2014. O resultado do primeiro trimestre teve forte impacto da pandemia do novo coronavírus. Março teve uma queda muito grande em comparação com fevereiro.

O PIB caiu 1,5% no primeiro trimestre em relação ao trimestre imediatamente anterior. No entanto, mesmo antes da Covid-19, a atividade econômica permanecia com crescimento em torno de 1% no acumulado de quatro trimestres, ou seja, mantinha uma recuperação ainda lenta e gradual. Estava numa recuperação gradual. O País não tinha voltado ainda ao pico, de antes da crise de 2015 e 2016, mas estava aos poucos indo para esse nível. O PIB está atualmente no mesmo patamar do segundo trimestre de 2012. Mas, a conjuntura atual é diferente da registrada nas últimas crises econômicas. É uma crise mundial. A pandemia está tendo impacto pelos dois lados, como se fosse choque de oferta e choque de demanda. Além de serviços estarem fechados, tem impacto sobre a demanda também, porque o mercado de trabalho foi afetado. O mercado de trabalho, em geral, não costuma ter recuperação rápida. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.