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28/Mai/2020

Brasil registra maior deflação desde o Plano Real

Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial, em meio à pandemia do novo coronavírus, o País registrou em maio a maior deflação desde a implantação do Plano Real, em 1994. Os preços da economia recuaram 0,59% neste mês, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado surpreendeu o mercado financeiro, que esperava uma deflação mediana de 0,47% em maio. Nos próximos meses, os efeitos da retração econômica e da desaceleração dos preços de commodities devem continuar a se sobrepor sobre o impacto do câmbio e do choque de oferta na inflação. O IPCA pode acumular alta de apenas 0,70% em 2020, o que configuraria uma nova mínima história desde o Plano Real, lançado em 1994. A menor taxa de inflação anual até hoje foi a de 1998, de 1,65%. É consequência de uma retração econômica sem precedentes.

A taxa de inflação acumulada pelo IPCA-15 em 12 meses foi de 1,96% em maio, a mais baixa em mais de 20 anos. Os combustíveis e as passagens aéreas foram os principais responsáveis pela deflação deste mês. O gasto das famílias com Transportes recuou 3,15% em maio, após uma queda de 1,47% em abril. O grupo deu a maior contribuição negativa para a taxa de -0,59% do IPCA-15, o equivalente a -0,63%. A gasolina ficou 8,51% mais barata, enquanto as tarifas aéreas caíram 27,08%. As famílias gastaram menos com transportes, habitação, vestuário, saúde e despesas pessoais. Os alimentos voltaram a ficar mais caros, mas subiram menos. Os consumidores pagaram mais pela cebola, batata-inglesa, feijão carioca, alho e arroz. Por outro lado, caíram os preços da cenoura e das carnes. A previsão é de uma deflação entre 0,50% e 0,55% no IPCA fechado do mês de maio. O resultado do IPCA-15 reforça a necessidade de um novo corte na taxa básica de juros, a Selic.

Segundo o Itaú Unibanco A tendência é que os índices de preços voltem a ter variações positivas a partir de junho. Ainda assim, os preços dos serviços não vão subir, contendo qualquer pressão inflacionária, tanto pela redução da demanda em meio à pandemia do coronavírus, quanto pela deterioração da atividade. Enquanto esses estabelecimentos estiverem fechados, os fundamentos por trás desse segmento também vão piorando. A estimativa é de que o Banco Central (BC) reduza a taxa básica de juros (Selic) em 0,75% na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em junho, chegando ao fim do ano em 2,25% ao ano. A deflação do IPCA-15 de maio reforça a avaliação de que a dinâmica da crise causada pela pandemia do coronavírus é desinflacionaria. Se o Banco Central está comprometido em trazer a inflação para a meta em 2021, teria de cortar além desses 0,75%. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.