25/Mai/2020
O Brasil alcançou a marca de 60 mercados externos abertos para produtos agropecuários desde janeiro de 2019. O mais recente é a habilitação de estabelecimentos para venda de lácteos para a Tailândia, conforme anunciou nesta sexta-feira (22/05) a ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Entre outros produtos que serão exportados estão melão para China (primeira fruta brasileira para o país asiático), castanha de baru para Coreia do Sul, gergelim para a Índia, castanha do Brasil para Arábia Saudita e material genético avícola para diversos países. O Ministério da Agricultura, na área internacional, optou pela abertura de mais mercados, mas também da diversificação de produtos, ressaltou a ministra, destacando que a pauta exportadora não deve ficar concentrada somente em soja, milho, carnes e cana-de-açúcar. As exportações do agronegócio atingiram valor recorde em abril, ultrapassando pela primeira vez a barreira de US$ 10 bilhões no mês.
O recorde anterior das vendas externas neste mês ocorreu em abril de 2013, quando as exportações somaram US$ 9,65 bilhões. O valor no mês passado (US$ 10,22 bilhões) foi 25% superior em comparação a abril de 2019 (US$ 8,18 bilhões). O recorde foi obtido em função, principalmente, do aumento dos embarques da soja em grão, que cresceram 73,4%, com 16,3 milhões de toneladas. A China foi o principal importador do produto, com a compra de 11,79 milhões de toneladas ou 72,3% da quantidade total exportada. A ministra enfatiza que a prioridade é sempre garantir o abastecimento de alimentos e demais produtos agropecuários no mercado interno. Desta forma, destaca, que a expansão das exportações não será feita sem privilegiar a demanda interna do Brasil. O Ministério está acompanhando a situação. Esse monitoramento é fundamental para a segurança alimentar do Brasil e também o cumprimento dos acordos comerciais. Segundo Tereza Cristina, não há risco de falta de alimento no mercado brasileiro.
O acompanhamento dos estoques é fundamental para garantir a segurança alimentar do Brasil e o cumprimento dos contratos comerciais, reforçou ela. Nesse sentido, a ministra revelou que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) está sendo reformulada para que também seja uma empresa de inteligência estratégica, controlando tanto os estoques internos como o que está disponível para o mercado externo. Se houver algum problema de abastecimento, o mecanismo que disponível é suspender as exportações, como fez a Rússia com o trigo. Mas, afirmou a ministra, no momento nenhum produto gera essa preocupação. Após a pandemia do novo coronavírus, a ministra prevê que os países deverão se tornar mais protecionistas, fechando seus mercados para produtos estrangeiros. Para continuar a expansão no mercado internacional, o Brasil deverá avançar nas áreas de sanidade vegetal e animal e rastreabilidade para manter a confiança dos importadores, além das partes encontrarem o equilíbrio.
O Brasil já produz de maneira abundante e com muita qualidade. É preciso anexar mais Estados brasileiros nessa excelência. Ela citou o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Mapa com produtores rurais do semiárido. Outro ponto a ser superado, conforme a ministra, é a logística de transporte, sendo necessário buscar vias para tornar o escoamento da produção agrícola mais barata e efetiva. A ministra também afirmou que o agronegócio brasileiro é um dos setores que está mais pronto para contribuir com a retomada econômica do País no cenário pós-coronavírus. Isso ocorre especialmente porque como o novo coronavírus só chegou ao Brasil em fevereiro e o Ministério da Agricultura teve tempo para se preparar, identificando os problemas que o setor poderia vir a ter com a pandemia. Imediatamente, foi criado um grupo de acompanhamento para isso e esse trabalho conseguiu dar uma noção dos setores que seriam mais afetados. Fonte: Ministério da Agricultura e Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.