21/Mai/2020

Segundo o Insper Agro Global, Estados Unidos e China estão distantes de cumprir as metas de compras chinesas de produtos agropecuários norte-americanos do primeiro ano da “Fase 1” do acordo comercial. Os norte-americanos teriam que passar este ano de US$ 16 bilhões para US$ 36 bilhões (em exportações de produtos agropecuários para a China). Até o momento, ainda estão perto de US$ 5 bilhões. Estão muito longe de cumprir a meta este ano, porque a própria Covid-19 reduziu o apetite da China, que ficou fechada durante alguns meses e agora está retomando. Além disso, os dois países passam por tensões diplomáticas.

O acordo firmado em janeiro foi pensado pelo governo norte-americano para agradar os produtores do Meio Oeste prejudicados pela guerra comercial e que apoiaram o presidente Donald Trump na última eleição presidencial. Mas, a realidade é que o acordo não será cumprido e, somente após as eleições nos Estados Unidos, será possível avaliar sobre a viabilidade do mesmo. Mesmo se Donald Trump perder as eleições, os Democratas devem buscar algum tipo de acordo com a China. Entretanto, o Brasil não pode aceitar uma relação de comércio administrado entre os dois países.

Se isso é feito em detrimento dos outros países, significa que o Brasil pode ser o mais competitivo do mundo em grãos, algodão, entre outros, mas, se China e Estados Unidos se acertam, haverá um comércio preferencial entre eles. O Brasil será deslocado, apesar de sua competitividade. Por isso, é preciso defender a existência de regras multilaterais. Outro ponto importante é que o Brasil deve manter boas relações com a China. Diversos líderes agrícolas têm defendido essa questão. A China compra 1/3 do que o País exporta em agro. É o mercado mais dinâmico que o Brasil possui neste momento e é o país que se recuperou mais rápido da pandemia. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.