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20/Mai/2020

China elevará as importações de agrícolas dos EUA

A China aumentou significativamente as compras de produtos agrícolas dos Estados Unidos nos últimos dois meses. O movimento ocorre mesmo quando as compras em outros setores ficaram aquém das expectativas durante a primeira fase do acordo comercial entre os dois países. Nas 10 semanas encerradas em 7 de maio, as vendas de milho e carne suína dos Estados Unidos para a China aumentaram cerca de oito vezes e as vendas de algodão foram três vezes maiores do que no mesmo período de 2017, antes do início da disputa comercial entre os dois países. As exportações de soja para a China, o maior componente das receitas agrícolas dos Estados Unidos, subiram cerca de um terço no mesmo período, de acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Os importadores chineses compraram 1,19 milhão de toneladas de milho, 1,17 milhão de toneladas de algodão, 1,6 milhão de toneladas de soja e 244.532 toneladas de carne suína nas últimas 10 semanas.

Além disso, o USDA foi notificado sobre vendas de aproximadamente 730 mil toneladas de soja a mais na semana desde 7 de maio. Em janeiro, na assinatura da primeira fase do acordo bilateral, a China se comprometeu a aumentar as compras de bens e serviços dos Estados Unidos em US$ 200 bilhões em relação aos níveis de 2017, antes dos impasses comerciais. O valor desembolsado pela China com importação de produtos agrícolas dos Estados Unidos deve equivaler a US$ 12,5 bilhões, acima do montante registrado em 2017. Em 2021, a receita deve ser ainda maior. Apesar da retomada das aquisições chinesas de produtos agrícolas norte-americanos, o ritmo das compras está longe de atingir as metas de compras em geral. Uma pesquisa do Instituto Peterson de Economia Internacional mostra que, segundo o acordo, estava implícito que as importações chinesas em 2020 seriam de cerca de US$ 36,6 bilhões (ou aproximadamente US$ 9,1 bilhões no primeiro trimestre).

No primeiro trimestre, as importações da China foram de apenas US$ 5,1 bilhões, embora o acordo comercial entrou em vigor somente em 14 de fevereiro. A pesquisa também releva que as compras da China em outras áreas, como de produtos energéticos, também estão bem abaixo das metas do ano. Parte do desafio para a China cumprir o acordo são as condições econômicas domésticas que se deterioraram por causa da pandemia do novo coronavírus, reduzindo a demanda do país por commodities. Entretanto, o acordo estabelece que considerações comerciais e condições de mercado podem ser levadas em consideração, o que permitiria à China não cumprir seus compromissos. A intensificação das compras agrícolas pela China ocorre no mesmo momento em que o presidente norte-americano, Donald Trump, concede declarações conflitantes sobre sua visão do acordo. Em 3 de maio, Donald Trump elogiou o acordo comercial, mas ameaçou encerrá-lo se a China não cumprir seus compromissos de compra.

Dez dias depois, ele afirmou que "100 acordos comerciais" não compensariam as vidas perdidas durante a pandemia do novo coronavírus, que ele chamou de "a praga da China". Os negociadores do governo norte-americano continuam pressionando o governo chinês sobre as compras e a China continua sinalizando que pretende cumprir os compromissos de compra. No dia 7 de maio, o representante comercial dos Estados Unidos e o secretário do Tesouro Nacional ligaram para o principal negociador chinês, o vice-primeiro-ministro, Liu He, para reafirmar o acordo comercial. Os negociadores concordaram em continuar cooperando e trabalhando na implementação do acordo comercial. A China estava pressionando para impulsionar as compras agrícolas antes que os negociadores conversassem. Donald Trump geralmente ressalta as compras agrícolas como a pedra angular do acordo. Na semana passada, a China anunciou que agora os mirtilos e a cevada dos Estados Unidos podem ser exportados para a China.

Embora a demanda do consumidor na China tenha caído por causa da pandemia, o governo chinês está procurando cumprir suas metas, aumentando os estoques de alimentos, revisando a maneira como os gerentes das empresas estatais são aliviados como incluindo o cumprimento das metas da primeira fase e aumentando o crescimento econômico como a pandemia. Dados do Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China mostram que o país deve registrar excedentes para várias commodities agrícolas neste ano, incluindo a soja. O Ministério afirmou na semana passada que espera aumentar as importações de milho na safra 2020/2921 devido aos baixos preços globais, enquanto as importações de soja tendem a aumentar parcialmente neste ano, em esforço para cumprir o acordo comercial. Também foi revisada para cima a quantidade de algodão e soja que a China espera importar no ano encerrado em 30 de setembro em 18% e 3,8% a mais, respectivamente. No entanto, outros países também devem se beneficiar, como o Brasil. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.