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15/Mai/2020

Produtos agrícolas lideram exportação brasileira

Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), além de refletir os primeiros efeitos da crise relacionada à pandemia de Covid-19, a balança do comércio exterior brasileiro de abril deixou clara uma tendência de commoditização da pauta de exportações, puxada pela demanda da China. O aumento do saldo comercial em abril se deu com queda de 7,6% das importações, em volume, e alta de 0,3%, também em volume, das exportações, sempre na comparação com igual mês de 2019. O aprofundamento da commoditização da pauta de exportações vem com uma alta de 17,1% das vendas de commodities ao exterior, em volume, em abril ante abril de 2019, enquanto as exportações de “não commodities” tombaram 30,1%. As vendas ao exterior da agropecuária saltaram 47,5%, na mesma base de comparação, enquanto as exportações da indústria de transformação caíram 17,1%.

Chama a atenção o grande crescimento das exportações para a China e outros países asiáticos. A Ásia já é responsável por mais de 40% das vendas externas brasileiras. Isso acentua mais ainda a comoditização da pauta, basicamente soja e carnes. O minério de ferro também aumentou um pouco. Os cenários prospectivos apontam para a continuidade da tendência. A recessão global, por causa da pandemia, aponta para uma queda nas exportações, mas, mesmo que haja uma forte recuperação da economia chinesa no segundo semestre, qualquer demanda a mais seria concentrada nas matérias-primas agrícolas. Um recrudescimento da disputa comercial entre China e Estados Unidos, mesmo em meio à pandemia, poderia também sinalizar para substituição, pela China, de soja norte-americana por soja brasileira, reforçando a commoditização.

Ao mesmo tempo, os cenários são negativos para as vendas de manufaturados. Em abril, as vendas para países que compram mais manufaturados do Brasil, como Argentina e Estados Unidos, tombaram 45,2% e 26,1%, respectivamente, em relação a abril de 2019. Como todas as economias do continente tendem a entrar em recessão, tudo indica que a demanda deles pelas exportações brasileiras seguirá fraca. Além disso, a alta do dólar, que tornaria os produtos brasileiros mais baratos lá fora, ocorre em todos os países, ou seja, não trará competitividade. O Brasil precisa manter uma excelente relação com a China. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.