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14/Mai/2020

Índice de Confiança do Agronegócio: forte queda

Segundo a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o Índice de Confiança do Agronegócio caiu expressivamente no primeiro trimestre de 2020 em relação ao quarto trimestre de 2019, como consequência da pandemia de coronavírus e seus desdobramentos na economia. O recuo foi de 23,4 pontos no primeiro trimestre ante o trimestre anterior. Assim, o IC Agro ficou em 100,4 pontos. Os ânimos do agronegócio voltaram, desta forma, ao patamar do 3º trimestre de 2018. No quarto trimestre de 2019, o IC Agro havia alcançado sua máxima pontuação, com índice extremo de confiança no setor. Segundo a metodologia do índice, resultados acima de 100 pontos, como aconteceu nos cinco trimestres anteriores ao atual, demonstram otimismo. Abaixo disso, a sinalização é de pessimismo no setor. Um aspecto marcante do primeiro trimestre é que a confiança caiu de modo mais pronunciado nas expectativas sobre o futuro do que em relação à avaliação da situação atual.

A perda de confiança foi influenciada, principalmente, pela piora na percepção em relação à economia brasileira, em função da pandemia. Além disso, o quadro atual aumenta a apreensão em relação à disposição do Congresso Nacional em dar seguimento aos esforços para levar adianta a necessária agenda de reformas econômicas. Outra queda acentuada e que denota pessimismo, pois recuou para 90,6 pontos, foi a confiança das indústrias situadas na cadeia de produção do agronegócio, um recuo de 31,5 pontos abaixo do trimestre anterior. É o pior resultado em três anos e meio. Valores abaixo desse patamar só foram registrados em 2014, 2015 e 2016, coincidindo com o último período de recessão atravessado pela economia brasileira, quando a confiança das agroindústrias chegou a fechar abaixo de 80 pontos em alguns trimestres.

O sentimento pessimista também permeou a categoria "Indústria antes da Porteira (insumos agropecuários)", que encerrou o primeiro trimestre do ano com 86,2 pontos, queda de 36,2 pontos ante o trimestre anterior. Dentre todos os segmentos pesquisados, as empresas de insumos de insumos agrícolas compõem o grupo mais pessimista. Entretanto, as perspectivas para o futuro foram piores do que a percepção sobre as condições atuais, já que os agricultores fecharam boa parte das aquisições dos insumos necessários para a próxima safra, a ser plantada no último trimestre do ano, mas há uma série de incertezas pairando sobre o médio prazo, diante de uma crise econômica da qual não se pode precisar a duração e a intensidade. Igualmente, o índice de confiança depois da porteira também levou um tombo, de 29,6 pontos, para 92,5 pontos no primeiro trimestre de 2020, embora menor do que a categoria "Antes da Porteira", pois ainda há um pouco de otimismo relacionado às condições atuais.

Talvez isso se deva ao fato de que as vendas de alimentos tenham sido menos prejudicadas pela quarentena e outras medidas de distanciamento social impostas por diversos Estados e municípios para combater a disseminação da pandemia. A categoria que ainda manteve um certo otimismo foi a do produtor agropecuário, cujo índice de confiança encerrou em queda menos acentuada, de 12,3 pontos, para 113,8 pontos no primeiro trimestre de 2020. É uma faixa ainda considerada otimista. O recuo mostra, porém, que a pandemia também afetou os ânimos do produtor rural. Separados por categorias, o produtor agrícola demonstrou mais confiança (116,1 pontos - queda de 9,5 pontos) do que o produtor pecuário (107 pontos - queda de 20,7 pontos). Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.