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11/Mai/2020

Inflação: resultado de abril é o menor desde 1998

De acordo com dados divulgados na sexta-feira (08/05) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou deflação de 0,31% em abril, ante alta de 0,07% em março. A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 0,22%. Em 12 meses, o resultado foi de 2,40%. A queda de 0,31% em abril foi o mais baixo resultado desde agosto de 1998, quando recuou 0,51%. Em abril de 2019, o IPCA ficou em 0,57%. Como resultado, a taxa acumulada pelo IPCA em 12 meses desacelerou de 3,30% em março para 2,40% em abril, ante uma meta de 4% perseguida pelo Banco Central este ano. A taxa do IPCA em 12 meses foi a mais baixa desde fevereiro de 1999, quando estava em 2,24%. As famílias voltaram a gastar mais com alimentos no mês de abril. O grupo Alimentação e bebidas saiu de uma taxa de 1,13% em março para 1,79% em abril, maior impacto de grupo sobre a inflação oficial do último mês, uma contribuição de 0,35%.

Os alimentos ficaram mais caros por uma pressão de aumento na procura, mas também por questões climáticas que prejudicaram algumas lavouras, o que reduziu a oferta de alguns itens in natura. A alimentação no domicílio passou de uma alta de 1,40% em março para um avanço de 2,24% em abril. Houve alta de preços na cebola (34,83%), batata-inglesa (22,81%), feijão carioca (17,29%) e leite longa vida (9,59%). Tem a restrição de oferta e um aumento da demanda, principalmente no caso dos alimentos que são alimentos menos perecíveis. Por outro lado, as carnes ficaram 2,01% mais baratas, o quarto mês consecutivo de quedas. A alimentação fora do domicílio acelerou de um aumento de 0,51% em março para 0,76% em abril, puxada pela alta do lanche (3,07%). A refeição fora de casa teve redução de 0,13%. As famílias gastaram 2,66% a menos com Transportes em abril, um impacto de -0,54% no índice. Os preços dos combustíveis diminuíram 9,59%. A gasolina ficou 9,31% mais barata, item de maior contribuição negativa para o IPCA de abril (0,47%).

Houve quedas em todas as 16 regiões pesquisadas, sendo a mais intensa em Curitiba-PR (-13,92%) e a mais branda no Rio de Janeiro-RJ (-5,13%). Também houve reduções nos preços do etanol (-13,51%), óleo diesel (-6,09%) e gás veicular (-0,79%). Por outro lado, as passagens aéreas subiram 15,10%, após três meses consecutivos de quedas. O item teve o maior impacto positivo no IPCA de abril, 0,08%. Os preços do item passagem aérea foram coletados em fevereiro, antes do impacto maior da pandemia de Covid-19 no País. A pandemia provocou adiamentos, cancelamentos e redução no número de voos, o que aparecerá com mais força nas tarifas coletadas a partir do IPCA de maio. Provavelmente o maior impacto do Covid-19 sobre os preços das passagens aéreas será sentido agora no mês de maio. O item ônibus urbano avançou 0,11%, em função do reajuste de 5% no preço das passagens em Salvador (1,56%), em vigor desde 12 de março. A queda no custo da conta de luz reduziu os gastos das famílias com Habitação em abril. O grupo teve um recuo de 0,10%, um impacto negativo de 0,02% sobre a inflação.

O item energia elétrica encolheu 0,76%, com contribuição de -0,03% para o IPCA de abril. Houve manutenção no mês da bandeira tarifária verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz. As tarifas variaram desde uma queda de 4,07% em Vitória (ES) até uma alta de 3,43% em Porto Alegre (RS). No Rio de Janeiro (RJ), a conta de luz aumentou 1,33%, devido a reajustes nas tarifas de duas concessionárias, desde 15 de março. Ainda em Habitação, a taxa de água e esgoto subiu 0,21%, em decorrência do reajuste médio de 6,23% em uma das concessionárias de Porto Alegre (RS) em 21 de março. Houve avanços também nos preços de artigos de limpeza (0,10%), com destaque para o amaciante e alvejante (1,82%), água sanitária (0,90%), detergente (0,81%) e desinfetante (0,59%). Apenas dois dos nove grupos de despesas que integram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registraram aumento de preços em abril.

Seis grupos tiveram deflação: Habitação (-0,10%), Transportes (-2,66%), Artigos de Residência (-1,37%), Saúde e cuidados pessoais (-0,22%), Despesas pessoais (-0,14%) e Comunicação -0,20%). A queda no grupo Artigos de residência foi influenciada pelas reduções nos itens mobiliário (-2,92%) e eletrodomésticos e equipamentos (-3,58%). Por outro lado, artigos de TV, som e informática (0,72%) e de cama, mesa e banho (1,35%) registraram aumentos de preços. O grupo Educação registrou estabilidade (0,00%). Os grupos com avanços em abril foram Alimentação e bebidas (1,79%) e Vestuário (0,10%). Regionalmente, 14 das 16 áreas pesquisadas tiveram deflação em abril. O menor resultado foi o da região metropolitana de Curitiba-PR (-1,16%), puxado pela queda nos preços da gasolina (-13,92%). O maior resultado foi o da região metropolitana do Rio de Janeiro-RJ (0,18%), em função das altas nos preços das passagens aéreas (15,83%) e da energia elétrica (1,33%). Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.