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07/Mai/2020

Protecionismo pós-pandemia pode afetar comércio

Segundo o Ministério da Agricultura, o comércio internacional de produtos agrícolas pode ser afetado pelo aumento do nacionalismo e protecionismo após a pandemia do novo coronavírus. O desafio que se coloca é expressivo. Já se observam certas medidas protecionistas, adotadas em diferentes nações. Esse nacionalismo e protecionismo será adotado pelos países após a crise da Covid-19, como medidas para a defesa da soberania alimentar e da autossuficiência. Já há medidas de restrição à exportação em alguns países produtores e que os países tendem a privilegiar a produção local de commodities consideradas estratégias, enquanto buscam acesso a alimentos baratos em escala. Entre as tendências apontadas para o pós-pandemia está a administração do comércio agrícola com aumento das tarifas e barreiras não tarifárias reduzidas quando há temor de desabastecimento, inclusive com a facilitação dos procedimentos para habilitação de exportadores, e retorno a graus elevados de proteção e subsídios quando conveniente, como forma de estimular as agroindústrias domésticas.

Sobre subsídios, especificamente, há o risco de a pandemia ser utilizada como pretexto para seu emprego em níveis desproporcionalmente elevados. O Brasil, como um dos principais produtores e exportadores de alimentos, está em condições de manter e mesmo ampliar suas exportações de alimentos, atendendo diversos países importadores. Entretanto, para o Brasil cumprir seu papel como fornecedor de produtos agrícolas é necessário que os países confiem no mercado internacional como pilar para a segurança alimentar. Restrições de cunho nacionalista e protecionista já adotadas na história tiveram como consequência desabastecimento aumento do preço dos alimentos e precarização dos segmentos mais vulneráveis da população. As pretensões por autossuficiência alimentar podem até ser legítimas.

Contudo, essas políticas tendem a privilegiar determinados atores econômicos em detrimento dos consumidores. Para não perder espaço no mercado internacional ante a tendências de medidas mais restritivas pelos países, o Brasil deve buscar a continuidade de medidas de facilitação comercial, adotadas durante a pandemia, como avanços em certificação eletrônica e trâmites aduaneiros, e firmar acordos comerciais abrangentes com condições de acesso favoráveis aos produtos brasileiros. O Brasil deve se mostrar estrategicamente como um parceiro confiável e que prioriza relações de longo prazo. A diversificação da pauta exportadora e dos principais destinos e a promoção da imagem do País também são sinalizadas no relatório como medidas urgentes para proteção do market share. Além disso, o setor privado terá de se adaptar às mudanças no consumo, desde embalagens, sanidade e sustentabilidade dos alimentos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.