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06/Mai/2020

Agronegócio sairá mais fortalecido após pandemia

O Brasil deve sair fortalecido em relação à produção e exportação de alimentos após a pandemia de coronavírus. Enquanto vários países e blocos têm tido problemas com distribuição e exportação de alimentos, o Brasil tem exportado alimentos em níveis recordes. Todos sairão diferentes dessa história, tanto a sociedade brasileira, quanto a percepção externa sobre a competência do Brasil e a capacidade de produzir e exportar. Mesmo com a pandemia, o sistema alimentar brasileiro não parou. Há exemplos como o da Índia, por exemplo, que, com o lockdown, deixou de exportar carne vermelha (predominantemente de búfalo). Nos Estados Unidos há unidades de abate com 550 pessoas doentes e 17% do abate de suínos está fechado, além de 6% do abate de bovinos. Há bloqueio de exportação de trigo da Rússia. Diante desse cenário de pandemia, o Brasil já começa a exportar carne para os Estados Unidos. Na União Europeia também há problemas com os imigrantes, que não conseguem chegar para iniciar a colheita de grãos.

Tem havido uma enorme descontinuidade de distribuição de alimentos no mundo, o que não ocorreu no Brasil. Independentemente dos ruídos ideológicos ou políticos, o Brasil se firma como um país confiável no abastecimento de alimentos. Apesar de alguns setores do agronegócio estarem sofrendo atualmente com a pandemia de coronavírus, como algodão, etanol, floricultura e borracha, a agropecuária brasileira deve se beneficiar como um todo pós-crise sanitária, no médio e no longo prazo. Além de a qualidade da produção brasileira exportada ter um excelente padrão, o agronegócio do Brasil tem uma dimensão muito grande. O Brasil é forte em várias cadeias produtivas e tem vantagens, por isso, de ganhar em escala e acessar mercados diferenciados lá fora com um grande handcap que é a taxa de câmbio. A forte desvalorização do Real frente ao dólar neste ano tem favorecido as exportações.

É inegável que o câmbio desvalorizado como está - e possivelmente vamos ficar um bom tempo com esse câmbio desvalorizado -, além da baixa taxa de juro, garantem uma posição extraordinária, que vai se refletir em todas as cadeias produtivas do agronegócio. Tanto para aquelas cadeias produtivas que já se organizaram quanto para aquelas que ainda não se organizaram. No longo prazo, o Brasil será extremamente competitivo. Entretanto, no curto prazo haverá complicações para o setor de etanol - que, em razão da quarentena e do baixo preço do petróleo teve seu consumo drasticamente reduzido tanto aqui quanto lá fora -, além do algodão, também por causa da baixa do preço do petróleo. O setor de carnes, porém, não deve se complicar por causa do coronavírus. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.