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30/Abr/2020

Política externa do governo prejudicando o Brasil

Ex-chanceleres afirmaram ontem que a política externa do governo de Jair Bolsonaro não contribui para os interesses do Brasil no exterior e não traduz as necessidades do País em oportunidades de investimentos. Para os diplomatas, a atual política externa prejudica a projeção do Brasil no mundo e promove o auto isolamento do País, defendendo a restauração da racionalidade. A avaliação é de que o que acontece agora é a incapacidade de afirmar construtivamente a presença do Brasil no mundo de acordo com suas necessidades e seus interesses, até em matéria de coisas óbvias como é o relacionamento com a China. Uma boa política externa precisa ter noção de que o mundo não começou com ela.

Se inscreve em linhas de continuidade, que definem um perfil diplomático do país e lhe confere credibilidade e previsibilidade nas relações que se travam com os países. O ex-chanceler Celso Amorim afirmou que em “meio século” nunca viu nada igual e que a reputação do Brasil no exterior é muito ruim. Sempre houve uma linha de continuidade. O Brasil teria todas as condições de ser o sócio privilegiado da China, mas agora é o último da fila. Amorim afirmou ainda que é preciso restabelecer a racionalidade e promover a restauração da atuação na política externa. O diplomata Rubens Ricupero afirmou que o governo tem feito alianças erradas ao se aproximar do ex-presidente argentino Mauricio Macri e ao criticar o francês Emmanuel Macron e a alemã Angela Merkel, enquanto privilegia os líderes de países como Estados Unidos, Hungria e Polônia.

O governo tem uma percepção de um universo de ficção, é uma política destrutiva que nada traz em favor dos interesses brasileiros, afirmou Ricupero. Pesquisador da Universidade Harvard, o cientista político Hussein Kalout criticou a subserviência do governo brasileiro ao do presidente Donald Trump, como nunca aconteceu em 200 anos de política externa. Ele destacou também a necessidade de diferenciar a relação entre pessoas e entre Estados. Nas relações internacionais não há amizade, há interesses. É de extremo amadorismo acreditar que Trump e Bolsonaro são a mesma coisa e que interesses são convergentes em tudo. O País tem feito concessões reais em troca de migalhas. Essa antidiplomacia vai impingir ao Brasil graves danos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.