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22/Abr/2020

Brasil negocia com os EUA participação no USMCA

Com o objetivo de cumprir a promessa de campanha de Jair Bolsonaro de abrir a economia, o Brasil costura uma aliança com os Estados Unidos para ser o quarto país a integrar o Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA), que substitui desde 2018 o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta). na semana passada, no âmbito da reunião virtual financeira do grupo das 20 maiores economias do globo (G20), o novo embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, tiveram conversas sobre a possibilidade de agregação brasileira ao grupo. A grande agenda à frente, depois que passar a pandemia de coronavírus, é a de os Estados Unidos retomarem investimentos no Brasil em várias frentes. O embaixador norte-americano teria citado interesse dos Estados Unidos em áreas como mineração, petróleo e gás e tecnologia.

Mas, o obstáculo para que existam mais investimentos da maior potência econômica mundial no Brasil é o ambiente de negócios deteriorado. Ele afirmou que não é razoável a oitava economia do mundo estar na posição 124ª nesse quesito, de acordo com o relatório Doing Business, do Banco Mundial. Paulo Guedes teria reforçado o compromisso de continuar a agenda de reformas no País, como uma das ferramentas para melhorar o quadro doméstico nesse sentido. O USMCA, também apelidado de Nafta 2.0 por modernizar o tratado anterior que estava em vigor desde 1994, movimenta cerca de US$ 1 trilhão por ano. A renovação do acordo foi oficializada pelo atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que busca a reeleição em novembro, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e o ex-presidente do México, Enrique Peña Nieto, durante a cúpula do G20 na Argentina.

A integração do Brasil ao grupo seria fundamental para a equipe econômica, em função das expectativas de mudanças que devem ser vistas nas cadeias de valores produtivas mundiais depois da pandemia. O governo avalia que o Brasil pode se beneficiar de uma possível reorganização dos meios produtivos porque, com a Covid-19, eles se viram limitados a fornecedores únicos na China, o primeiro país a passar pelo surto. A avaliação é de que a busca por novas fontes de matérias-primas poderia, portanto, levar o foco para outros países, como o Brasil. Empresas dos Estados Unidos já estariam iniciando um movimento de retorno à sede ou interesse em outros países de filiais existentes atualmente no gigante asiático. Haverá uma realocação grande de capital produtivo no mundo e muito desses recursos estão saindo da China.

Mas, em relação aos Estados Unidos, o México tende a ser o maior beneficiado por conta justamente da existência do USMCA. No dia 17 de abril, o Itamaraty foi o porta-voz de um comunicado conjunto com os Estados Unidos sobre o fortalecimento da "Parceria Econômica e Comercial Bilateral" entre os dois países. Brasil e Estados Unidos implantarão uma ambiciosa agenda econômica e comercial entre as partes, que prevê a conclusão ainda este ano de um pacto sobre regras comerciais e transparência, incluindo facilitação de comércio e boas práticas regulatórias. Os dois lados também acordaram realizar consultas nacionais, de acordo com os procedimentos de cada país, para recolher subsídios sobre os melhores caminhos para expandir o comércio e desenvolver o relacionamento econômico bilateral. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.