20/Abr/2020
Segundo o Escritório Nacional de Estatísticas da China (NBS), a economia do país se contraiu pela primeira vez desde pelo menos 1992 no primeiro trimestre, quando a pandemia do coronavírus fechou fábricas e manteve milhões confinados em seus lares. O Produto Interno Bruto (PIB) caiu 6,8% no primeiro trimestre em relação a igual período de 2019, comparado com um crescimento de 6,0% no quarto trimestre de 2019. O resultado veio melhor do que a mediana das projeções de economistas, de contração de 8,3%. Foi a primeira vez que a economia teve uma contração em um primeiro trimestre desde 1992, que foi quando o governo começou a divulgar números trimestrais. Na margem, em relação ao trimestre anterior, a economia ficou 9,8% menor no período entre janeiro e março de 2020. A produção industrial chinesa caiu 1,1% no primeiro trimestre em comparação com igual período no ano passado, após um declínio de 13,5% no período englobando janeiro e fevereiro.
O investimento em ativos fixos no primeiro trimestre recuou 16,1%, comparado com uma perda de 24,5% no período que abrange janeiro e fevereiro e em linha com as projeções. Contando apenas o mês de março, as vendas no varejo sofreram uma queda de 15,8% na comparação anual, após uma baixa de 20,5% nos primeiros dois meses do ano. A taxa de desemprego urbana ficou em 5,9% no fim de março, melhorando da taxa de 6,2% de fevereiro. De qualquer modo, os indicadores econômicos da China continuaram a se enfraquecer em março, ainda que a um ritmo menos acentuado que nos primeiros dois meses do ano, à medida que o governo local enfrentou dificuldades para reavivar a segunda maior economia do mundo. As vendas de moradias na China em valor sofreram contração de 22,8% no primeiro trimestre em relação a igual período do ano passado. Apesar de negativo, o resultado sinaliza melhora, uma vez que as vendas do primeiro bimestre tinham caído em ritmo anual ainda mais forte, de 34,7%.
Os investimentos no desenvolvimento de projetos imobiliários tiveram queda anual de 7,7% no primeiro trimestre, menor do que a redução de 16,3% vista no primeiro bimestre. As construções iniciadas, considerando-se tanto residências quanto propriedades comerciais, diminuíram 27,2% no confronto anual do primeiro trimestre. Nos primeiros dois meses de 2020, o recuo anual neste segmento havia sido de 44,9%. O governo da China vai adotar medidas adicionais numa tentativa de aliviar o impacto econômico da pandemia do novo coronavírus, dentro de uma estratégia que terá como foco expandir a demanda doméstica. O plano é impulsionar os investimentos efetivos e estimular o consumo. O governo chinês procurou minimizar preocupações geradas pela acentuada contração de 6,8% no PIB afirmando que não se pode comparar os números do primeiro trimestre com os de anos normais, embora tenha admitido que vai ser difícil a China crescer de forma sustentável à medida que o cenário global se deteriora.
Foi reiterada a disposição do governo de ajudar pequenas e médias empresas, consideradas pilares do emprego, a superar a crise sanitária causada pelo coronavírus. A China não registrou cortes de empregos em massa durante a pandemia. Alguns analistas, porém, dizem que as taxas oficiais de desemprego podem não refletir com precisão o atual quadro do mercado de trabalho. A economia da China teve notável melhora em março, como sugerem alguns indicadores, incluindo o de consumo de eletricidade e vendas de escavadoras. A tendência positiva deverá se manter em abril e no restante do segundo trimestre. Apesar do momento desafiador, o potencial de crescimento da China no longo prazo não mudou e a atividade econômica provavelmente se recuperará, uma vez que a demanda doméstica está reprimida. O governo chinês estima que neste ano e no próximo, o crescimento médio deverá ficar acima de 5%. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.