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17/Abr/2020

EUA: demanda interna de grãos causa preocupação

Se as exportações de soja e milho eram uma das maiores preocupações dos produtores norte-americanos, especialmente diante do início de uma nova safra, a demanda interna por ambos os produtos também exige a atenção e cautela dos agricultores nos Estados Unidos. Os impactos do coronavírus chegaram severamente à agroindústria do país e já causam prejuízos tanto na produção de etanol de milho, quanto na de derivados de soja e proteínas animais. O preocupante cenário vinha sendo monitorado constantemente, como em todos os países, mas chamou mais atenção quando uma planta da Smithfield Foods, a maior processadora de carne suína dos Estados Unidos, registrou um surto de Covid-19 entre seus funcionários, com 80 colaboradores testando positivo para o vírus.

Outras empresas de grande importância para a economia agrícola do país passam pela mesma situação, como a Tyson Foods, a JBS, Cargill, a Sanderson Farms e a Perdue Farms. Diante disso, todas estas empresas, entre outras, vêm fechando plantas processadoras de soja, milho, carnes, por tempo indeterminado, reduzindo a demanda por matéria-prima e começando a causar preocupações sobre o abastecimento para o consumidor final. Sérios atrasos já começam a ser contabilizados em todos os elos da cadeia produtiva e de distribuição. Para a soja, os impactos entre os derivados são mais recentes e, ao menos por enquanto, mais pontuais. Dessa forma, os números não são tão claros e concretos como aqueles estimados para o milho.

Ainda assim, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) trouxe uma revisão para cima dos estoques finais norte-americanos da oleaginosa de 11,57 milhões de toneladas para 13,06 milhões de toneladas. O esmagamento de soja nos Estados Unidos subiu de 57,29 milhões de toneladas para 57,83 milhões de toneladas, enquanto as exportações caíram de 49,67 milhões de toneladas para 48,31 milhões de toneladas. Desde o início desta semana, os futuros do farelo e do óleo de soja sentem uma pressão considerável na Bolsa de Chicago diante das perspectivas de uma demanda menor e problemas no processamento da oleaginosa para ambos os derivados. A falta de demanda para alimentação animal é preocupante. O farelo está recuando e está perto das mínimas. O óleo de soja também está se desvalorizando diante da falta de demanda por biodiesel.

Ainda é incerto dizer quando o consumo será reestabelecido, mas isso acontecerá e reestabelecerá o mercado também. É preciso que a recuperação do coronavírus continue. Enquanto esta situação não se resolve, seguem as baixas na Bolsa de Chicago entre os futuros da soja, do farelo e do óleo de soja. Assim, o novo boletim de oferta e demanda do USDA que chega em maio já deverá trazer um novo aumento nos estoques finais de soja dos Estados Unidos e menor demanda. Na sequência, porém, a expectativa é de que o mercado se volte às questões de clima e desenvolvimento da nova safra norte-americana. Diante da redução da demanda da soja, pode haver um aumento dos estoques finais até o fim da temporada 2019/2020, de 4 milhões de toneladas. Fonte: Notícias Agrícolas. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.