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09/Abr/2020

Cerealistas: bancos dificultam acesso ao crédito

Segundo a Associação das Cerealistas do Brasil (Acebra), assim como as cooperativas, as empresas cerealistas estão preocupadas com a restrição da oferta de recursos e a alta de custo das linhas de crédito de capital de giro em virtude das incertezas sobre o efeito do coronavírus. O setor costuma pagar os grãos adquiridos de produtores até 10 dias depois do fechamento do negócio, mas revende o produto para tradings e indústrias, ou diretamente para clientes no exterior, com prazos de pagamento mais longos, que em alguns casos chegam a até 90 dias, dependendo da necessidade de compradores e do espaço nos portos. As cerealistas antecipavam recursos com os bancos, pagavam ao produtor, depois recebiam o pagamento do negócio e encerravam a operação. Mas, os bancos aumentaram as taxas de juros para quem ainda tem limite e cortaram linhas de crédito.

As taxas para cerealistas, que até a pandemia de coronavírus giravam em torno de 120% a 140% do CDI, subiram, em alguns casos, a mais de 200% do CDI. Em alguns casos, não houve renovação dos limites mesmo após o pagamento de crédito tomado anteriormente. Houve dificuldade momentânea de fluxo de caixa e algumas cooperativas e cerealistas ampliaram o prazo de pagamento junto aos agricultores. Neste ano, a necessidade de capital de giro é ainda maior porque produtores já fixaram boa parte da soja que está sendo colhida no País em virtude da alta do dólar, que tornou os preços mais atrativos. O produtor costuma entregar a safra às cerealistas de forma concentrada, entre fevereiro e março, mas vai fixando o preço aos poucos. O padrão é 50% da safra vendida até maio, depois vai vendendo um pouco a cada mês. Neste ano, com a alta do dólar, os produtores no Paraná já comercializaram, em alguns casos, de 75% a 80% da safra. Para amenizar o aperto pontual, a entidade pediu ao Ministério da Agricultura liberação de recursos para financiar a comercialização.

O governo não tem como obrigar os bancos a emprestar, mas tem mecanismos para fazer com que possa fluir melhor o recurso. Uma das alternativas seria a possibilidade de mudança no percentual de recursos que os bancos devem direcionar ao crédito rural. O que anima o setor é que o ano foi de boa produção na maior parte do Brasil. No Paraná e em Mato Grosso do Sul, a safra foi boa, então houve uma tranquilidade da liquidação das contas. A exceção é o Rio Grande do Sul, onde os produtores vão colher menos por causa das adversidades climáticas e podem ter maior dificuldade financeira. Além da ampla produção no País, a cotação das culturas está firme. Para o milho, soja e trigo, que são as culturas com as quais os cerealistas mais trabalham, os preços estão em alto patamar, as produções foram razoáveis, com exceção do Rio Grande do Sul. A exportação de soja continua fluindo e há demanda. O milho está com preços historicamente altos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.