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08/Abr/2020

Agronegócio pede cautela na relação com a China

Lideranças do agronegócio brasileiro afirmaram que é preciso ter cautela na forma como o País trata a China, o principal destino das exportações agropecuárias e um dos parceiros comerciais mais importantes. É consenso entre as autoridades que o momento é de cautela e de pacificação diante das incertezas causadas pelo avanço da pandemia do coronavírus, que já contaminou 1,3 milhão de pessoas e deixou mais de 73 mil mortos. Em Mato Grosso, 8 em cada 10 sacas de 60 Kg de soja, a principal commodity agrícola exportada pelo País, têm como destino a China. Diante da tendência de redução de consumo e de desaceleração econômica, lideranças pedem serenidade. Em 2019, as exportações do agronegócio totalizaram US$ 96,7 bilhões. A China foi responsável por 35% das compras.

No fim de semana passado, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, insinuou que os chineses se beneficiaram da crise do coronavírus. Depois, apagou a postagem. A Embaixada da China no Brasil respondeu que as publicações eram completamente absurdas e desprezíveis, que têm cunho fortemente racista e objetivos indizíveis, tendo causado influências negativas no desenvolvimento saudável das relações bilaterais China. O ex-ministro da Agricultura Alysson Paulinelli se mostra preocupado e comenta que não é hora de hostilizar A ou B. A Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) afirma que o Brasil não pode misturar comércio com política, é preciso uma posição mais sadia e madura.

A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) afirma que a relação do Brasil com a China é muito importante e que não é durante uma crise como essa que se deve resolver problemas. A China é a maior compradora de várias commodities agrícolas e também de minério ferro, além de ser o maior fornecedor de insumos para muitas indústrias brasileiras. Quando se opta por um tipo de disputa dessas num momento completamente inadequado e completamente desnecessário, fica o temor do revide. Para a Sociedade Rural Brasileira (SRB), o Brasil não ganha nada com isso, só perde. A expectativa é de que a China não deve retaliar os produtos brasileiros devido ao pragmatismo e à visão de longo prazo. A China já percebeu que tais declarações não tem apoio no Brasil, pois sempre tem sempre havido uma reação forte. Além disso, os chineses entendem que o Brasil é mais que esse governo.

Mas, claro, pode criar uma certa má vontade, deixarem de ajudar em algum momento. De qualquer maneira, as postagens do ministro da Educação e a campanha no Twitter pela suspensão do comércio entre Brasil e China geram preocupação para o agronegócio, já que podem servir de pretexto para a China buscar suprimento em outros mercados. Mesmo a China já tendo fechado bons volumes de compra de produtos agropecuários no Brasil para o primeiro semestre, é importante continuar vendendo para o país asiático ao longo de todo o ano. O agronegócio quer ter a possibilidade de competir com os concorrentes em condições de plenitude de fornecimento o ano todo. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.