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02/Abr/2020

Produção de derivados de petróleo está recuando

Mesmo antes do isolamento social, que vem reduzindo a demanda por combustíveis de maneira drástica no Brasil e no mundo, a produção de derivados de petróleo já registra recuo. Dados de fevereiro da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostram quedas de produção de gasolina de 7,7% e de 12% do querosene de aviação (QAV) em relação a janeiro, derivados mais afetados pela redução da mobilidade em meio à pandemia do coronavírus. Já o diesel usado pelos caminhões, responsáveis por 80% do transporte da carga no Brasil, teve queda de produção de 1,2% em fevereiro, e deverá ser um dos menos afetados durante a crise do coronavírus pela necessidade do transporte de alimentos, medicamentos e outros itens necessários à manutenção da sobrevivência da população. Além da queda da demanda, o setor de derivados sofre também com a queda de preços.

Os postos de abastecimento do País tiveram as vendas reduzidas pela metade em março, segundo a Fecombustíveis. A brusca redução do preço da commodity, que nesta semana registrou o menor valor em duas décadas, acendeu o alerta vermelho no setor, que espera apoio do governo para evitar uma quebradeira geral. Até o momento, porém, nada de concreto foi anunciado. No dia 31 de março, o Ministério de Minas e Energia (MME) criou comitê para estudar medidas de emergência para o setor de petróleo e gás, que já vislumbra uma queda maior ainda em março. As refinarias já não têm mais onde estocar petróleo e derivados e a tendência é realmente reduzir ainda mais a produção.

Por este motivo, o petróleo pode cair para um patamar ainda menor (entre US$ 16,00 e US$ 18,00 por barril do tipo Brent), atualmente oscilando por volta dos US$ 22,00 por barril. O preço terá que recuar para reduzir a oferta, pois não tem mais como armazenar o petróleo. É uma dificuldade muito grande estocar, é um custo extra e a produção começa a ficar negativa. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV Energia), a China, maior importadora mundial de petróleo já reduziu as importações em 3 milhões de barris por dia no início de março, quase o mesmo volume produzido pelo Brasil. A queda do preço do petróleo não é boa e pode impactar inclusive os projetos de energia renováveis, já que o combustível fóssil deverá ficar mais tempo nas matrizes energéticas e adiar projetos de energia limpa, tão importantes ao mundo hoje em épocas de aquecimento global e mudanças climáticas. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.