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01/Abr/2020

Coronavírus: leia a síntese das principais matérias

FAO: GOVERNOS DEVEM MINIMIZAR IMPACTO DO VÍRUS SOBRE COMÉRCIO DE ALIMENTOS

A Organização Mundial do Comércio (OMC) e a Organização Mundial da Saúde e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) pediram aos governos que minimizem os impactos do novo coronavírus sobre o comércio de alimentos. As entidades afirmam que agora é a hora de mostrar solidariedade, agir com responsabilidade e aderir ao objetivo comum de melhorar a segurança alimentar e a nutrição e melhorar o bem-estar geral das pessoas em todo o mundo. Milhões de pessoas em todo o mundo dependem do comércio internacional para sua segurança alimentar e meios de subsistência. Conforme os países adotam medidas com o objetivo de interromper a pandemia de Covid-19, cuidados devem ser tomados para minimizar possíveis impactos no suprimento de alimentos ou consequências não intencionais no comércio e segurança alimentar globais. Os países devem garantir que quaisquer medidas relacionadas ao comércio não perturbem a cadeia de suprimento de alimentos. A incerteza sobre a disponibilidade de alimentos pode desencadear uma onda de restrições à exportação, criando uma escassez no mercado global. Tais reações podem alterar o equilíbrio entre oferta e demanda, resultando em picos de preços e aumento da volatilidade dos preços.

BRASIL: DESAFIO IMEDIATO É EVITAR QUEBRADEIRA DE EMPRESAS

Sair do buraco será mais fácil, depois da crise, se o governo conseguir evitar uma quebradeira e uma nova devastação do emprego. Metade das grandes empresas poderá enfrentar até três meses sem receita, mas boa parte das micro, pequenas e médias mal consegue, sem vendas, sobreviver 30 dias. Quase 40% das grandes poderão ficar sem caixa no segundo mês. Os cálculos são do Centro de Estudos de Mercado de Capitais (Cemec) da Fipe e da consultoria Economática. Governo e Banco Central (BC) têm apresentado medidas para garantir alguma renda aos trabalhadores e expandir o crédito. São iniciativas corretas, mas é preciso ir mais longe, porque os desafios são muito maiores que os de qualquer crise anterior. O governo tem de cuidar ao mesmo tempo de duas missões: preservar milhares de vidas ameaçadas por um vírus e limitar, tanto quanto possível, os danos econômicos da pandemia.

São missões indissociáveis. Aumentar o risco de contágio para reativar os negócios seria uma experiência autodestruidora, como ficou claro em outros países. Descartado esse erro, a defesa da economia será mais eficiente se a equipe econômica tiver uma avaliação clara das condições das empresas. O trabalho do Cemec-Fipe pode ser um bom começo. O quadro das grandes companhias foi baseado nos balanços de 2019 de 245 empresas de capital aberto. O estudo simula a evolução das condições financeiras com paralisação de receitas. Em dois meses, 48,6% apresentariam saldo de caixa negativo, enquanto pouco mais da metade teria fôlego para continuar pagando fornecedores, folha de salários e outras despesas operacionais. Mesmo no caso das grandes, portanto, são limitadas as condições de segurança.

A situação das pequenas e médias é diferente, bem mais problemática, e exigirá medidas consistentes para evitar quebradeira. Além de piores condições de caixa, as micro, pequenas e médias empresas têm dificuldade maior de acesso ao crédito. Um dos efeitos dessa dificuldade, em 2019, foi o aumento das contas em atraso. A inadimplência das empresas cresceu por 11 meses seguidos. Em janeiro um recorde foi estabelecido, com 6,2 milhões de firmas com contas atrasadas e nome negativado. Em um ano a expansão chegou perto de 10%. Desse total, 94,2% são micro e pequenos negócios, segundo a Serasa Experian. Um crescimento econômico de apenas 1% ao ano, observou, nem chega aos pequenos negócios. Esse tem sido o padrão desde 2017, com leve piora em 2019 e, agora, um quadro de severa contração. Detalhe agravante: como 30% das dívidas em atraso são com outras empresas, há um efeito cascata. É importante lembrar que 80% dos empregos dependem dessas empresas.

A pandemia poderia levar ao desemprego de mais 5 milhões de pessoas, levando a quase 17 milhões o total de desocupados. A taxa seria próxima de 16%. Se a economia se contrair 3,2%, como em seu cenário básico, o desemprego poderá chegar a 14,3% no fim do ano, em termos dessazonalizados. Ampliar o apoio às empresas, principalmente às micro, pequenas e médias, é recomendação unânime dos analistas mais atentos ao dia a dia do setor privado. Medidas de crédito já anunciadas são basicamente corretas, mas nada garante que o dinheiro chegará às empresas mais necessitadas. A sugestão é a criação de um fundo, com recursos do Tesouro, para garantir empréstimos dos bancos públicos às menores empresas. A percepção é de que o País ganharia se o governo se dispusesse a ouvir economistas conhecedores do mundo real das empresas e do emprego, dando uma folga temporária aos “amigos da corte”. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.

FMI: PREOCUPA IMPACTO DA DESACELERAÇÃO GLOBAL SOBRE EMERGENTES

O Fundo Monetário Internacional (FMI) está particularmente preocupado com o efeito negativo para o crescimento dos países emergentes e de renda mais baixa da pandemia de coronavírus. Medidas decisivas tomadas por muitas nações para proteger as pessoas e a economia da Covid-19 foram elogiadas, pois levaram a uma menor volatilidade nos principais mercados financeiros nos últimos dias. As projeções para uma recuperação no próximo ano dependem de como será gerenciada a operação para conter o vírus e reduzir o nível de incerteza. Portanto, o FMI apoia o ambicioso plano de ação do G20 para fortalecer a capacidade dos sistemas de saúde para lidar com a epidemia; para estabilizar a economia global com medidas no momento certo, direcionadas e coordenadas; e para abrir caminho rumo à recuperação.

Há um mandato forte do comitê financeiro sobre reformas no Fundo para fortalecer a resposta a crises, com iniciativas como permitir o acesso a instrumentos de empréstimo emergencial, já solicitados por cerca de 85 países; construir capacidade para servir aos membros mais pobres; e ajudar países com problemas para conseguir moeda estrangeira, inclusive possivelmente com uma linha de liquidez de curto prazo. Os Estados Unidos aprovaram recentemente que se dobrassem os Novos Arranjos para Empréstimos e que o comitê executivo aprovou uma nova rodada de empréstimos bilaterais para garantir a capacidade de empréstimo de US$ 1 trilhão do FMI. Sobre a questão da dívida dos países mais pobres, foi aprovada uma reforma no Fundo para permitir que essas nações invistam na resposta à crise, em vez de fazer pagamentos devidos ao fundo.

Fontes: Agência Estado, Reuters, Agência Brasil e Bloomberg. Elaborado por Cogo Inteligência em Agronegócio.