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31/Mar/2020

Endividamento das famílias bate recorde em março

Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o endividamento dos brasileiros atingiu recorde em março. Após ter recuado a 65,1% em fevereiro, o percentual de famílias com dívidas saltou para 66,2% este mês, o maior patamar da série histórica da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), iniciada em janeiro de 2010. A inadimplência também subiu e a expectativa é que aumente por causa do coronavírus.

O percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso chegou a 25,3% em março, contra 24,1% no mês anterior. O levantamento considera como dívidas as contas a pagar em cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro. O total de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes passou de 9,7% em fevereiro para 10,2% em março. Os indicadores também registraram aumento no comparativo anual.

Março registrou a segunda alta consecutiva do percentual de famílias sem condições de pagar as dívidas em dia. Em janeiro, este item chegou a recuar ao menor percentual em oito meses. A coleta dos dados ocorreu entre 20 de fevereiro e 5 de março, anteriormente à semana em que a pandemia da Covid-19 se difundiu no Brasil. Mesmo assim, nota-se uma piora nos indicadores de inadimplência, o que possivelmente deverá se acirrar nos meses à frente, pois a tendência é que os consumidores encontrem mais dificuldades para pagar suas contas sem atraso.

Em relação à capacidade de pagamento das famílias, chama a atenção dois pontos: o terceiro aumento mensal consecutivo da parcela média da renda comprometida com dívidas, que chegou a 30% em março; e a proporção das famílias que se declararam muito endividadas, que aumentou de 15% em fevereiro para 15,5% em março, além de ter registrado alta de 2,5% na comparação anual. Quase um terço da renda das famílias está comprometido com dívidas, é o maior percentual desde dezembro de 2017.

Nas famílias com renda até dez salários mínimos, o comprometimento da renda cresceu de forma mais expressiva nos últimos três meses. O cartão de crédito segue em primeiro lugar como o principal tipo de dívida dos brasileiros (78,4%), seguido por carnês (16,2%) e por financiamento de veículos (10,3%). A proporção de dívidas em cartão tem diminuído nos últimos meses, enquanto as dívidas com crédito consignado, carnês e crédito pessoal têm ganhado espaço na composição do endividamento. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.