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30/Mar/2020

Coronavírus: leia a síntese das principais matérias

OMS: VACINA PARA CORONAVÍRUS DEMORARÁ AO MENOS 18 MESES

A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou, na sexta-feira (27/03), que há mais de meio milhão de casos confirmados de coronavírus, com mais de 20 mil mortes, e voltou a alertar para a necessidade de que os países façam mais testes, para controlar a doença. Uma vacina para coronavírus ainda deve demorar pelo menos 18 meses, mas há testes em andamento. Pacientes de Espanha e Noruega já estão envolvidos nos testes que estão sendo realizados.

Porém, as pessoas não devem usar remédios que não tenham eficácia comprovada, diante dos riscos à saúde com esse comportamento. A OMS insiste na importância de que países realizem testes para identificar casos, isolar os positivos e cuidar dos casos mais graves. Muitos países mostram que o vírus pode ser controlado, com medidas agressivas nessa linha.

O coronavírus pode causar doença leve, moderada, grave ou matar. A doença é "significativa" por ser severa em muitas pessoas. Mesmo no caso das crianças, em que a maioria desenvolve doenças leves, há registros de casos graves. Salientou que a doença já é transmitida em seus estágios iniciais, por isso a importância do distanciamento para conter os contágios. A distância física é recomendada para impedir que o vírus passe de uma pessoa para outra.

BRASIL: MEDIDAS ECONÔMICAS VOLTADAS PARA AS EMPRESAS

O governo federal anunciou, na sexta-feira (27/03) mais uma medida para tentar mitigar os efeitos do novo coronavírus na economia brasileira. Com a nova linha de crédito emergencial para que pequenas e médias empresas financiem o pagamento de salários por dois meses, o pacote de iniciativas já soma cerca de R$ 380 bilhões. Os recursos são tanto para área de negócios como para auxiliar o cidadão e o sistema de saúde nesse momento de crise. Além da nova linha de crédito para salários, de R$ 40 bilhões, a Caixa Econômica afirmou que a instituição injetará um total de R$ 111 bilhões em recursos para ações contra o efeito da doença. Desses, R$ 78 bilhões já tinham sido anunciados na semana passada.

Confira as medidas anunciadas para as empresas:

- Linha de crédito emergencial de R$ 40 bilhões para que pequenas e médias empresas financiem o pagamento dos salários dos funcionários por 2 meses. Financiamento será limitado a dois salários mínimos (R$ 2.090,00) por trabalhador. Para as empresas, a linha terá juro de 3,75% (taxa básica de juros) ao ano, sem a cobrança de spread bancário. Haverá seis meses de carência para o início do pagamento e 36 meses (três anos) para quitar a dívida. As empresas precisam ter faturamento entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões por ano para participar.

- Caixa Econômica: Oferta de R$ 111 bilhões para capital de giro, compra de carteiras, Santas Casas e agricultura. Micro e pequenas empresas terão redução de juros de até 45% nas linhas de capital de giro, com taxas a partir de 0,57% ao mês. O órgão também oferecerá pausa de até 60 dias no pagamento das parcelas do capital de giro e na renegociação dos contratos de crédito de empresas, e pausa estendida de até duas prestações em contrato habitacional. Também foram anunciadas linhas de crédito especiais para empresas que atuam nos setores de comércio e prestação de serviço, e linhas de financiamento de máquinas e equipamentos com taxas reduzidas.

- Banco do Brasil vai disponibilizar R$ 100 bilhões para reforçar linhas de crédito para pessoas físicas e empresas. Deste total, serão R$ 24 bilhões para pessoas físicas, R$ 48 bilhões para empresas, R$ 25 bilhões para o agronegócio e R$ 3 bilhões para administrações públicas municipais e estaduais.

- BNDES pretende injetar R$ 55 bilhões na economia para reforçar o caixa das empresas e apoiar trabalhadores. Haverá suspensão temporária do pagamento de parcelas de financiamento diretos para empresas no valor de R$ 19 bilhões, e de R$ 11 bilhões para financiamentos indiretos, além de ampliação do crédito para micro, pequenas e médias empresas de R$ 10 milhões para R$ 70 milhões.

- Redução de alíquota do compulsório sobre recursos a prazo de 25% para 17% pelo Banco Central. A estimativa é que a mudança resulte numa liberação de R$ 68 bilhões no mercado financeiro a partir do dia 30 de março.

- Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou o Banco Central a conceder empréstimos a instituições financeiras com a garantia de debêntures adquiridas entre 23/03 e 30/04. O potencial da medida é de R$ 91 bilhões.

- Flexibilização nas regras das Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) pelo Banco Central. Permitirá um adicional de R$ 2,2 bilhões de recursos para os bancos.

- Possibilidade de captação de recursos, por parte dos bancos, por meio de Depósito a Prazo com Garantia Especial do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

- Possibilidade de empréstimos aos bancos com lastro em Letras Financeiras (LF) garantidas por operações de crédito. Medida tem potencial de liberação de R$ 670 bilhões para as instituições.

- Banco Central e Ministério da Economia anunciaram medidas para facilitar a renegociação de até R$ 3,2 trilhões em empréstimos por famílias e empresas.

- Haverá redução de 50% nas contribuições do Sistema S por 3 meses, com liberação estimada em R$2,2 bilhões, o que precisa ser aprovado pelo Congresso.

- Adiamento da parte da União no Simples Nacional por 3 meses, com estimativa de liberação de R$ 22,2 bilhões, o que pode ser efetivado por ação do Executivo.

- Reforço em R$ 5 bilhões o Programa de Geração de Renda do Fundo de Amparo ao Trabalhador para Micro e Pequenas Empresas.

- Simplificação das exigências para contratação de crédito e dispensa de documentação (CND) para renegociação de crédito.

- A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) suspendeu de atos de cobrança da dívida ativa e facilitou a renegociação de dívidas, com parcelamento e prazo maior para quitar primeira parcela (último dia útil de junho).

- Prorrogação para 30 de junho deste ano o prazo de apresentação da Declaração de Informações Socioeconômicas e Fiscais (Defis) e da Declaração Anual Simplificada para o Microempreendedor Individual (DASN-Simei).

- Governa edita MP 927, que altera algumas regras trabalhistas. Há medidas que regularizam o teletrabalho, uso do banco de horas, antecipação de férias, por exemplo. Além disso, o FGTS devido pelos empregadores referentes a março, abril e maio poderá ser recolhido a partir de julho (sem juros, atualização ou multa). Esse pagamento poderá ser feito em até seis parcelas.

- Empresas poderão reduzir a jornada de trabalho e o salário dos seus empregados. Também será permitida a suspensão do contrato de trabalho temporariamente. As iniciativas devem ser regulamentadas por medida provisória, que ainda tratará da compensação ao trabalhador. Impacto de pelo menos R$ 36 bilhões.

- O INSS vai bancar os primeiros 15 dias de auxílio-doença para trabalhadores que precisarem se afastar de suas funções devido à covid-19. Segundo a assessoria do Ministério da Economia, a medida será enviada ao Congresso Nacional através de projeto de lei.

- Para o setor de aviação, o governo publicou decreto que permite o adiamento do pagamento das tarifas de navegação aérea para até o fim do presente ano fiscal.

- Empresas aéreas terão prazo de doze meses para reembolsar passagens canceladas, com solicitações feitas até o fim do ano. Os consumidores ficarão isentos das penalidades contratuais se aceitarem usar o crédito no futuro.

- Foi alterado o cronograma de pagamento previsto para o ano de 2020 das contribuições fixas e variáveis pagas pelas concessionárias, com quitação até o dia 18 de dezembro, também por medida provisória.

- A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) abonou o cancelamento de slots do cálculo do índice de regularidade para a obtenção de direitos históricos pelas companhias aéreas. A iniciativa é válida até 24 de outubro de 2020.

- Facilitação do desembaraço de insumos e matérias-primas industriais importadas antes do desembarque.

BRASIL: MEDIDAS ECONÔMICAS VOLTADOS PARA O CIDADÃO

Medidas anunciadas para auxiliar o cidadão durante a crise causada pelo novo coronavírus avançaram no governo e no Congresso. Na quinta-feira (26/03), a Câmara dos Deputados aprovou o repasse mensal de R$ 600,00 por três meses a trabalhadores informais e pessoas com deficiência que ainda aguardam na fila de espera do INSS até a concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Para começar a valer, o texto ainda precisa ser apreciado pelo Senado Federal. O valor é três vezes maior do que o anunciado inicialmente pela equipe econômica.

No caso de mulheres provedoras de família, a cota do auxílio emergencial seria de R$ 1,2 mil. Na quarta-feira (25/03), o governo editou a Medida Provisória que destina cerca de R$ 3 bilhões para o Bolsa Família, como anunciado. No setor financeiro, a Caixa Federal afirmou que a taxa do cheque especial caiu de 4,9% para 2,9% ao mês para clientes que recebem salário na instituição. Houve redução também na taxa de juros do parcelamento de fatura do cartão de crédito, que é na média 7,7% ao mês e passará a ser a partir de 2,90% ao mês.

Confira as medidas já anunciadas para o cidadão:

- Antecipação da primeira parcela do 13º de aposentados e pensionistas do INSS para abril e antecipação da segunda parcela para maio, com liberação de cerca de R$ 46 bilhões. A medida foi prevista em medida provisória e deve ser efetivada por decreto.

- BNDES comunicou que determinou a transferência de recursos do Fundo PIS-Pasep para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), no valor de R$ 20 bilhões, a fim de possibilitar o saque extraordinário dos trabalhadores.

- Antecipação do abono salarial para junho, com liberação de R$ 12,8 bilhões, que deve ser feito por decreto.

- Reforço de R$ 3 bilhões para o Programa Bolsa Família, com a inclusão de mais 1,2 milhão de beneficiários. Medida Provisória editada.

- Suspensão por 120 dias (quatro meses) de qualquer tipo de bloqueio, suspensão ou cancelamento de benefício do Bolsa Família. Procedimentos de averiguação e revisão cadastral também serão interrompidos.

- Pagamento de R$ 600,00 mensais por três meses a trabalhadores informais e pessoas com deficiência que ainda aguardam na fila de espera do INSS até a concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC), e de R$ 1,2 mil no caso de mulheres provedores de família. Projeto foi aprovado na Câmara e precisa passar pelo Senado. Impacto seria de ao menos R$ 60 bilhões.

- Cidadão que tiver corte de jornada e salário cortados durante a crise terão compensação, medida que ainda está sendo definida dentro do governo.

- Redução do limite de taxa de juros nas operações de empréstimo consignado para aposentados e pensionistas do INSS de 2,08% para 1,80% ao mês. Medida aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), que também deu aval à ampliação do prazo máximo dos contratos, de 72 meses para 84 meses, e reduziu a taxa máxima de juros do cartão de crédito consignado de 3% ao mês para 2,7% ao mês.

- Ampliação do percentual que aposentados e pensionistas podem comprometer de seu benefício com empréstimo consignado. Medida dependerá de projeto de lei.

- Caixa Federal anunciou, para pessoa física, redução de taxa de juros, ampliação de crédito consignado para aposentados e pensionistas do INSS e possibilidade de pausa no pagamento de parcelas. A taxa de juros no crédito consignado será a partir de 0,99% ao mês, penhor a partir de 1,99% ao mês e CDC a partir de 2,17% ao mês. A pausa de até 60 dias no pagamento das parcelas é para contratos de CDC, Crédito Pessoal e Habitação. A taxa do cheque especial caiu de 4,9% para 2,9% ao mês para clientes que recebem salário na instituição. Houve redução também na taxa de juros do parcelamento de fatura do cartão de crédito, que é na média 7,7% ao mês, passará a ser a partir de 2,9% ao mês.

- INSS suspendeu por 120 dias a prova de vida e no dia 18 de março suspendeu o atendimento em suas agências por 15 dias. Apenas atendimentos já agendados para três serviços essenciais continuarão sendo prestados.

- Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) disponibiliza formulário online para receber informações de brasileiros que têm passagem aérea comprada e não estão conseguindo voltar para o País em razão de restrições causadas pelo novo coronavírus.

- Medida provisória e decreto buscam controlar iniciativas de Estados e municípios que restringem circulação. Objetivo é impedir que os materiais necessários à população sejam afetados pela paralisação de serviços em todo o País.

BRASIL: RECESSÃO É TÃO FORTE OU PIOR QUE EM 2008 E 2009

O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou que a pandemia de coronavírus impôs à economia global uma recessão tão forte ou até pior que a registrada durante a crise financeira global de 2008 e 2009. A projeção é de que a recuperação deve ocorrer em 2021, dependendo da eficácia das medidas de contenção do vírus e de ações que evitem que o problema de liquidez se torne em um de insolvência.

Uma grande preocupação sobre o impacto duradouro dessa paralisação brusca é com o risco de que a onda de demissões e de falências possam não só diminuir a recuperação, como erodir o tecido das sociedades. Os mercados emergentes são os principais afetados pela instabilidade, com considerável fuga de capitais em um cenário de aversão ao risco.

Em uma estimativa conservadora, esses países vão precisar de cerca de US$ 2,5 trilhões para retomar o crescimento, para os quais suas reservas domésticas não serão suficientes. Muitos desses mercados emergentes sofrerão uma contração quando as medidas de contenção necessárias cobrarem seu preço e sofrerão com choque da queda a demanda global por suas exportações.

Muitos desses países já enfrentam graves questões domésticas. Entre os países desenvolvidos, os Estados Unidos já estão em recessão, mas o pacote fiscal de US$ 2 trilhões tem potencial para atenuá-la. O G20 está trabalhando em um plano de ação coordenado para minimizar os impactos econômicos da Covid-19. A China está à frente do resto do mundo na contenção do vírus e é importante para a economia global que o país asiático cresça este ano.

O FMI pediu aos países ricos uma ajuda para arrecadar até US$ 1 bilhão para o Fundo de Contenção e Alívio de Catástrofes, que reduz a dívida das economias mais pobres. Isso vai ajudá-los a canalizar mais de seus escassos recursos financeiros para seus vitais esforços médicos. o Reino Unido já se comprometeu a doar US$ 183 milhões, enquanto Japão e China também realizaram importantes contribuições.

BRASIL: LINHA DE CRÉDITO PARA FINANCIAR FOLHA DE PAGAMENTO

Na tentativa de reduzir os impactos da crise econômica gerada pela pandemia de coronavírus, o governo anunciou, na sexta-feira (27/03), uma linha de crédito para cobrir parte da folha de pagamento de micro e pequenas empresas. O programa destinará R$ 40 bilhões para financiar o pagamento de salários por dois meses, R$ 20 bilhões por mês. O objetivo é atingir 1,4 milhão de empresas e 2,2 milhões de pessoas. As empresas que poderão ter acesso às linhas têm faturamento entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões. O recurso será depositado diretamente na conta de cada trabalhador indicado pela empresa, que não poderá demiti-lo nesses dois meses.

O programa é limitado a dois salários mínimos e, mesmo quem ganha acima disso, receberá no máximo esse valor. Dos R$ 20 bilhões mensais, R$ 17 bilhões virão do Tesouro Nacional e o restante de bancos. O risco será divido 85% para o governo e 15% para o setor bancário. A linha terá juro de 3,75% ao ano, sem a cobrança de spread bancário. Haverá seis meses de carência para o início do pagamento e 36 meses para quitar a dívida. O Programa vai ajudar muito pequenas e medias empresas, um segmento que emprega muito. O Banco Central ressaltou o aumento no volume do mercado de capitais, que permitiu que grandes empresas busquem financiamento nesse mercado e abriu espaço para os bancos financiarem o pequeno e médio empresário.

BRASIL: BANCOS GARANTEM OS R$ 40 BILHÕES PARA FOLHAS DE PAGAMENTO

Os presidentes dos bancos Bradesco, Itaú Unibanco e Santander Brasil garantem que os R$ 40 bilhões anunciados na sexta-feira (27/03) pelo governo para financiar folhas de pagamentos vão chegar às pequenas e médias empresas no intuito de manter os empregos em meio à crise do coronavírus. Ao aderirem à criação de um fundo emergencial, irão, juntos, arcar com 15% desta conta. Serão R$ 40 bilhões para financiar folhas de pagamentos de empresas com faturamento anual de até R$ 10 milhões nos próximos dois meses. O objetivo é garantir a sobrevivência dos pequenos negócios e, consequentemente, preservar postos de trabalho no segmento que é o maior gerador de empregos da economia. A linha receberá 85% de funding do Tesouro Nacional, recursos que serão aportados em um fundo a ser administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e os 15% dos próprios bancos, que serão responsáveis pelo repasse dos recursos a seus clientes.

Este é mais um passo que os bancos privados de varejo, em parceria com o governo federal, estão dando no sentido de contribuir para proteger a economia brasileira neste ciclo de crise gerado pela pandemia do coronavírus. Os três bancos têm uma atuação de abrangência nacional e isso dá condições de abrigar a folha de pagamento de grande parte do conjunto das micro e pequenas empresas do País, conferindo apoio à previsibilidade e estabilidade social nesse período de transição. Para o Itaú Unibanco, a medida dará fôlego para milhões de empreendedores neste momento de dificuldade econômica. Este é um exemplo claro de como parcerias entre o setor público e o setor privado podem contribuir para o bem-estar da sociedade. A reação à crise demanda união e solidariedade.

O Santander Brasil enfatizou a estrutura do financiamento para ajudar as pequenas e médias empresas, unindo os setores público e privado. Esta estrutura de financiamento é um bom exemplo da importância de o Estado brasileiro trabalhar em parceria com o setor privado. Os bancos farão com que o capital de giro chegue às pequenas empresas com o único propósito de manutenção de empregos, de forma a manter a atividade econômica viável e a permitir o retorno do crescimento assim que possível. As pequenas e médias empresas que acessarem a linha anunciada terão seis meses de carência e o pagamento parcelado em até 36 meses, com uma taxa de juros equivalente ao CDI, ou seja, sem cobrança de spread. A medida foi anunciada após negociações praticamente diárias entre a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e o governo Bolsonaro, em meio a queixas crescentes de empresas por conta da demora da resposta em meio à crise do coronavírus.

BRASIL: SUSPENSÃO DE CONTRATO DE TRABALHO TERÁ SEGURO-DESEMPREGO INTEGRAL

Após a polêmica em torno da proposta de suspensão de contratos de trabalho durante a crise do novo coronavírus, o governo decidiu assegurar 100% da parcela do seguro-desemprego para os trabalhadores que forem afetados por essa interrupção. As empresas poderão oferecer vantagens adicionais na negociação com o empregado. A suspensão dos contratos deve ser permitida às pequenas empresas e às companhias que tiverem que suspender atividades devido a decretos de quarentena. Os detalhes ainda estão sendo fechados pelos técnicos da área econômica. O valor cheio do seguro-desemprego hoje vai de R$ 1.045,00 até R$ 1.813,03.

A avaliação é de que as empresas poderão se sentir incentivadas a oferecer vantagens adicionais para que o trabalhador aceite a suspensão, uma vez que a alternativa seria demiti-lo pagando todas as verbas rescisórias (o que pode ser difícil numa situação de restrição de caixa). Nos casos de redução de jornada e salário, a equipe está fazendo ajustes na proposta e pode elevar o limite máximo do corte a 70%. Antes, estava sendo cogitada uma redução máxima de 65%. As empresas ainda poderão adotar reduções menos drásticas de jornada e salário, de 25% e 50%, de acordo com sua situação e necessidade. O governo ainda avalia prever uma quantidade máxima de funcionários que a empresa poderá colocar na maior faixa de redução de salário e jornada. A compensação a ser paga pelo governo a esses trabalhadores será no mesmo percentual que a redução de jornada e salário.

Se um trabalhador tiver redução de 50%, o governo pagará o equivalente a 50% da parcela do seguro-desemprego a que o empregado teria direito em caso de demissão. Nenhum trabalhador receberá menos que o salário mínimo na soma das duas parcelas, a da empresa e a do governo. O repasse de parte do seguro-desemprego será feito a todos os trabalhadores que tiverem redução de jornada, independentemente de sua renda. Na prática, porém, o desenho da medida foi feito para que os trabalhadores com menores salários tenham uma perda proporcionalmente menor em seu poder aquisitivo. Por exemplo, um trabalhador que hoje ganha R$ 2.000,00 teria direito a uma parcela de R$ 1.479,89 no seguro-desemprego se fosse dispensado.

Em caso de redução de 50% na jornada e no salário, ele manteria metade da remuneração (R$ 1.000,00) mais metade da parcela do seguro (R$ 739,95). Ou seja, esse trabalhador receberá R$ 1.739,95, o equivalente a 87% do seu salário regular. Já um trabalhador que ganha R$ 3.000,00 teria direito a uma parcela de R$ 1.813,03 no seguro-desemprego em caso de demissão. Se ele sofrer redução de 50% na jornada e no salário, ele receberia R$ 1,5 mil da empresa e metade do seguro-desemprego (R$ 906,52), somando R$ 2.406,52 (80,2% do salário). O empregado que recebe R$ 7.000,00 mensais também teria direito à parcela máxima do seguro-desemprego em caso de dispensa. No caso de redução de jornada e salário em 50%, ele receberia R$ 3,5 mil do empregador e metade do seguro-desemprego (R$ 906,52), totalizando R$ 4.406,52, o equivalente a 62,96% do salário regular.

SENADO VOTARÁ NESTA SEGUNDA-FEIRA PROPOSTA DE R$ 600 A INFORMAIS

O Senado vai realizar uma sessão remota nesta segunda-feira (30/03), para votar o projeto que garante um auxílio emergencial de R$ 600,00 a trabalhadores informais e pessoas com deficiência à espera do Benefício de Prestação Continuada (BPC). A proposta foi aprovada na quinta-feira (26/03), pela Câmara dos Deputados. O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou, na sexta-feira (27/03), que o governo vai gastar R$ 45 bilhões com o auxílio emergencial a trabalhadores informais aprovado ontem na Câmara dos Deputados. A proposta é de um pagamento mensal de R$ 600,00 por um período de três meses. A proposta inicial do governo era de um benefício de R$ 200,00, mas os deputados decidiram elevar o valor a R$ 500,00. O presidente Jair Bolsonaro, então, acenou com um valor ainda maior, de R$ 600,00.

Há uma semana despachando do Rio de Janeiro, Paulo Guedes afirma que "duas ondas enormes avançam em direção ao Brasil": uma calamidade pública em saúde e uma crise econômica decorrente da primeira. Segundo ele, a primeira já atingiu o País, é uma calamidade de saúde pública que ameaça as vidas. A segunda vem na esteira da primeira, pode ser uma enorme onda, dependendo da reação, ameaça os empregos e pode ser uma crise econômica como o Brasil nunca sofreu antes. Segundo o ministro, a determinação do presidente Jair Bolsonaro é que não vão faltar recursos para defender as vidas, a saúde e os empregos dos brasileiros. Paulo Guedes citou as medidas de antecipação dos pagamentos do 13º de aposentados e pensionistas do INSS e a liberação de recursos para zerar a fila de espera do Bolsa Família.

Ele também celebrou a aprovação pela Câmara do auxílio emergencial a informais. Agora, foi lançada também a rede de proteção aos autônomos ou informais. Para essa camada da população, será liberado em torno de R$ 45 bilhões. Com Bolsa Família e mais as antecipações de idosos, são quase R$ 100 bilhões, valores direcionados aos brasileiros mais desprotegidos. Nas contas de Guedes, o pacote do governo já chegou a R$ 700 bilhões em recursos para os próximos três meses. Ele não deu detalhes precisos do cálculo, apenas citou a liberação de R$ 200 bilhões em compulsórios, empréstimos já anunciados pela Caixa e pelo BNDES, além de R$ 88 bilhões em recursos para Estados e municípios. São dinheiros diferentes, um é para dar liquidez às empresas, outro é para complementar o salário das empresas que quiserem manter o emprego.

BRASIL: GOVERNO LANÇA VÍDEO DA CAMPANHA #OBRASILNÃOPODEPARAR

Apesar das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de outras entidades sanitárias mundiais, o governo federal lança a campanha "O Brasil não pode parar", contra o isolamento social e a quarentena como formas de combater o avanço do novo coronavírus no País. Um vídeo preliminar feito para a campanha está pronto e deve ser lançado em breve. No vídeo, é dito que trabalhadores brasileiros, empresas e até pacientes com coronavírus "não podem parar" durante a crise. Ao todo, em pouco menos de 1 minuto e meio de duração, o slogan "o Brasil não pode parar" é repetido seis vezes. O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e os deputados Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES) vão entrar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a suspensão imediata da campanha "O Brasil não pode parar", lançada pelo governo federal. O argumento dos parlamentares é que a peça contraria especialistas do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OMS) e é um crime por prejudicar a saúde dos brasileiros.

BRASIL: PARANAGUÁ MONTA ESTRUTURA PARA COMBATE AO CORONAVÍRUS

O Porto de Paranaguá (PR) montou uma estrutura para combater o coronavírus. Os caminhoneiros e trabalhadores portuários que atuam no local são orientados por equipes médicas, que fazem a medição de temperatura, avaliação de sintomas compatíveis com a Covid-19 (novo coronavírus) e o encaminhamento dos casos necessários. Estruturas de atendimento foram montadas no Pátio de Triagem de Caminhões e no acesso ao cais Dom Pedro II. As equipes, contratadas pela Portos do Paraná, atenderão 24 horas, em turnos, e incluem 14 de técnicos de enfermagem, três de auxiliares administrativos e dois de limpeza hospitalar. A estrutura conta ainda com dois postos médicos e dois postos de enfermagem. A empresa pública também está adquirindo 20 mil litros de álcool em gel; 144 litros de sabonete antisséptico (usados em ambientes hospitalares); 5 mil pares de luvas; 10 mil unidades extras de máscaras cirúrgicas; 21 tendas e cabines elevadas; 200 metros lineares de grade de isolamento, 32 chuveiros, 60 pias e lava-pés com hipoclorito de sódio.

CHINA FECHARÁ FRONTEIRAS TEMPORARIAMENTE A ESTRANGEIROS

A China anunciou que vai barrar temporariamente a maioria dos estrangeiros de entrar no país à medida que busca conter o número de casos importados do novo coronavírus. O Ministério de Relações Exteriores anunciou, no dia 26 de março, que mesmo cidadãos estrangeiros com permissão de residência serão impedidos de entrar no país a partir do dia 28 de março. Todas as políticas de trânsito livre de vistos também serão suspensas temporariamente. Funcionários diplomáticos estarão isentos da medida, e cidadãos estrangeiros indo à China por atividades econômicas, comerciais, científicas ou tecnológicas ou necessidades humanitárias emergenciais ainda poderão concorrer a vistos. A suspensão é uma medida temporária que a China é obrigada a adotar à luz da situação do surto e de práticas de outros países. O surto de coronavírus teve origem na China. Mas, à medida que o seu número de casos domésticos do vírus encolheu, o país teve de lidar com infecções levadas por pessoas que chegaram recentemente do exterior. Essas infecções respondem pela maioria dos novos casos na China há mais de uma semana.

EUA: PRIORIDADE É A QUESTÃO DE SAÚDE, DEPOIS A ECONÔMICA

O secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, afirmou, na sexta-feira (27/03), que a prioridade do governo dos Estados Unidos, neste momento, em meio à pandemia de Covid-19, é a questão de saúde pública, e depois a questão econômica. A fala destoa do que vem sendo propagado pelo presidente Jair Bolsonaro e aliados, de que os norte-americanos estariam alinhados com a estratégia do Executivo brasileiro de afrouxar medidas de controle da propagação do coronavírus para minimizar as consequências econômicas. Ainda assim, ele destacou que o salto no número de pedidos auxílio-desemprego no país, que chegaram ao recorde histórico de 3,283 milhões em uma semana, é uma questão preocupante, mas que os estímulos anunciados recentemente devem manter 50% dos trabalhadores em seus postos de trabalho. Ele afirmou que há recursos para suportar a economia dos Estados Unidos e disse acreditar que a economia dos Estados Unidos vai se recuperar muito rapidamente do coronavírus.

Fontes: Agência Estado, Valor Econômico, Agência Brasil, Reuters, Bloomberg e OMS. Elaborado por Cogo Inteligência em Agronegócio.