24/Mar/2020
O que a economia brasileira tem de mais eficiente poderá se transformar, em 2020, em algo ainda melhor, a se confirmarem as previsões do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Segundo o Mapa, o Valor da Produção Agropecuária (VBP) de 2020 deverá crescer 8,2%, atingindo R$ 683,2 bilhões. O aumento previsto do PIB agrícola contrasta com o vulto das dificuldades que se afiguram inevitáveis com o agravamento da crise do coronavírus. O contraste também tende a ser maior do que em anos recentes entre o crescimento do PIB agrícola e o crescimento do PIB total, que poderá ser nulo no primeiro semestre de 2020. O aumento da produção das lavouras (+8,9%, para R$ 448,4 bilhões) deverá ser ainda mais expressivo do que o da pecuária (+8,2%, para R$ 234,8 bilhões). Nos dois casos, são valores confortáveis.
As projeções foram feitas em fevereiro, quando os efeitos do coronavírus sobre a economia global já eram evidentes. Os principais itens que empurram as lavouras para cima são soja, milho, café e laranja. São produtos relevantes não só para o abastecimento do mercado interno a preços módicos, mas para a exportação, atraindo dólares necessários e mais valorizados numa fase de turbulências globais e desequilíbrio da conta corrente do balanço de pagamentos. Em alguns itens, como o café e a soja, o valor da produção poderá ter avanço excepcional (+25,9% e +15,5%, respectivamente). Mas altas vigorosas também estão previstas para o amendoim (+11,8%), a laranja (+9,7%), a mandioca (+7,8%) e o cacau (+6,6%).
No milho e na soja, além de preços mais elevados, estão projetadas safras maiores. O mesmo ocorre com o café, em forte recuperação. Estes preveem aumentos de 22,3% na safra do café arábica e de 10,4% nos preços. Entre os itens com maior redução do VBP - e de difícil substituição no consumo das famílias - estão banana, batata-inglesa, trigo, feijão, tomate e uva. Na pecuária destacam-se as carnes (bovina, suína e de frango). O faturamento de ovos deverá crescer 4,7% sobre 2019 e o leite poderá ter queda de 2,5%, afetando derivados como manteiga e queijos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.