23/Mar/2020

A Embaixada da China respondeu à nota divulgada no dia 19 de março pelo deputado Eduardo Bolsonaro, na qual o parlamentar nega ter ofendido o povo chinês em publicação no Twitter ao atribuir ao país asiático à responsabilidade pela pandemia do coronavírus. A embaixada chinesa classificou a nota de Eduardo Bolsonaro como indigna de refutação por trazer palavras absurdas e preconceituosas, além de serem irresponsáveis. Aconselhou que o deputado busque informações científicas e confiáveis nas fontes sérias como a Organização Mundial da Saúde (OMS), úteis para ampliar sua visão. Ainda, que os argumentos do deputado mostram que ele não está arrependido da atitude, tampouco ciente dos seus erros. Ao continuar a optar por ficar no lado oposto ao povo chinês, está indo cada vez mais longe no caminho errado, continua a representação chinesa. A embaixada ainda questiona a atitude de Eduardo Bolsonaro enquanto deputado federal, que ao invés de contribuir devidamente para o combate ao coronavírus, tem gastado tempo e energia para atacar deliberadamente a China e espalhar boatos.

A embaixada questiona se, apesar de ter sido eleito pelo povo, está cumprindo os seus deveres como deputado e que há dúvidas se o deputado merece a confiança daqueles que nele votaram. A Embaixada da China também disse ao deputado esperar da parte dele uma guinada mais rapidamente possível, e alertou: “a história ensina que quem insiste em atacar e humilhar o povo chinês acaba sempre dando um tiro no seu próprio pé”. A Embaixada da China afirmou que o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) causou influência nociva e interferências desnecessárias na cooperação com o Brasil. Apesar da crise diplomática, o governo chinês acredita que não houve mudança na política externa do Brasil em relação ao país, mas demonstrou insatisfação com o papel do chanceler Ernesto Araújo no episódio. As palavras de Eduardo Bolsonaro causaram influências nocivas, vistas como um insulto grave à dignidade nacional chinesa, e ferem não só o sentimento de 1,4 bilhão de chineses, como prejudicam a boa imagem do Brasil no coração do povo chinês. Geram também interferências desnecessárias na cooperação substancial.

A China está extremamente chocada por tal provocação flagrante contra o governo e povo chinês, afirma a nota da representação chinesa em Brasília (DF). A embaixada chinesa voltou a cobrar que o Itamaraty intervenha na postura do deputado, que é influente na política externa e preside a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara. O embaixador chinês manifestou indignação ao ministro Ernesto Araújo e reclamou da intermediação feita por ele. A parte chinesa não aceitou a gestão feita pelo chanceler Ernesto Araújo no dia 18 de março. Para a China, o deputado Eduardo Bolsonaro tem que pedir desculpa ao povo chinês pela sua provocação flagrante, reiterou a embaixada. A expectativa é de que o Itamaraty possa tomar ciência do grau de gravidade desse episódio e alertar o deputado Eduardo Bolsonaro a tomar mais cautela nos seus comportamentos e palavras, não fazer coisas que não condizem com o seu estatuto, não falar coisas que prejudiquem o relacionamento bilateral e não praticar atividades que danifiquem a nossa cooperação.

O Itamaraty deve levar em consideração o quadro geral das relações sino-brasileiras e envidar esforço para salvaguardar o ambiente favorável do relacionamento entre os dois países. A diplomacia chinesa afirmou que os presidentes Jair Bolsonaro e Xi Jinping consolidaram confiança política mútua no ano passado. A China é o principal parceiro comercial do Brasil e que uma minoria no País tenta atrapalhar o relacionamento bilateral e que esse grupo não deve subestimar a capacidade de o país asiático garantir seus interesses. A embaixada afirmou perceber que os que atrapalham o desenvolvimento das relações bilaterais se limitam a uma minoria na população brasileira, enquanto a maioria esmagadora está em defesa da fraternidade. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.