12/Mar/2020
O Fundo Monetário Internacional (FMI) defende que bancos centrais devem agir cortando taxas de juros e injetando liquidez no sistema financeiro para mitigar os impactos econômicos do coronavírus, que ainda são difíceis de quantificar. A cooperação global para sincronizar a política monetária deve estar no topo da agenda. Um aumento tão abrupto da incerteza pode colocar em risco o crescimento econômico e a estabilidade financeira. As condições financeiras se estreitaram significativamente nas últimas semanas. Políticas que ofereçam estabilidade monetária e financeira são vitais para sustentar a economia global, que já estaria enfrentando problemas de liquidez. O aperto acentuado nas condições financeiras atua como um empecilho para a economia, porque as empresas adiam as decisões de investimento e indivíduos atrasam o consumo, por se sentirem menos seguros financeiramente.
Se a conjuntura se deteriorar, ferramentas de estímulos mais amplas poderão ser acionadas, como foi feito durante a crise financeira de 2008. Os cortes de juros promovidos por diferentes bancos centrais nos últimos dias, apesar de pressionarem ações de bancos, não seriam um risco para o setor. Os bancos geralmente são mais resilientes do que antes da crise financeira de 2008, porque possuem mais amortecedores de capital e liquidez. O FMI agirá conforme necessário para ajudar seus membros a enfrentar essa crise extraordinária. Os títulos de mercados emergentes são particularmente afetados por realocações de carteira, neste momento em que investidores buscam ativos seguros. O Banco Central Europeu (BCE) afirmou que a Europa está sujeita a sofrer uma crise semelhante à de 2008 por causa da epidemia de coronavírus.
A entidade também alertou para a possibilidade de um grande choque econômico e que ações urgentes são necessárias agora. O BCE está examinando todas as suas ferramentas de política monetária. O Banco da Inglaterra (o banco central britânico - BoE) anunciou, nesta quarta-feira (11/03), um corte de 0,5% da sua taxa básica de juros, de 0,75% para 0,25%, como resposta ao choque econômico provocado pelo surto do novo coronavírus. Com a decisão, o BoE ingressou para o grupo crescente de bancos centrais que tem flexibilizado a política monetária como uma resposta às perspectivas cada vez maiores de uma recessão global causada pelo coronavírus. O Reino Unido também vai adotar medidas de estímulo fiscal no total de 30 bilhões de libras para combater os efeitos da epidemia de coronavírus, como parte de seu projeto orçamentário.
Até agora, 15 bancos centrais reduziram suas taxas pelo mundo. Segundo o Rabobank, é inevitável que os demais bancos centrais da Europa Central e Oriental (CEE) cortem suas taxas de juros para evitar uma recessão econômica na zona do euro. Outro forte argumento a favor de uma onda de cortes na CEE é que a demanda doméstica tem sido um grande pilar de crescimento nos últimos anos. Os gastos dos consumidores foram impulsionados pelo aumento dos salários em meio a mercados de trabalho muito restritos e, no caso da Polônia, subsídios substanciais a crianças. É provável que o coronavírus tenha sérias implicações negativas para o consumo privado. As pessoas irão menos a restaurantes, cinema e shopping, por exemplo. A escala de uma desaceleração econômica na CEE dependerá de quanto tempo dura o surto de coronavírus na Europa. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.