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12/Mar/2020

Exportações à China regularizarão no 2º semestre

Segundo o Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), os eventuais efeitos do coronavírus na China nas exportações brasileiras de commodities agrícolas devem ser revertidos no segundo semestre deste ano. O cenário deve ser semelhante ao observado na greve dos caminhoneiros de 2018, quando houve recuo momentâneo nos embarques por bloqueios logísticos, que logo foram recuperados por maiores volumes no segundo semestre do ano. Entretanto, as preocupações com a economia mundial, acentuadas pela disseminação do coronavírus, se intensificaram com a disputa de preços do mercado de petróleo, o que causou fortes perdas nos mercados financeiros na segunda-feira (09/03). A situação já estava complicada com o coronavírus e, agora, com esse problema do petróleo, tem risco ainda maior para a economia mundial. Até fevereiro, os dados da balança comercial do agronegócio não mostram qualquer retração nos embarques de produtos para a China por causa do surto.

Uma possível queda nas remessas para a China pode se dar pelos entraves no fluxo da cadeia, em virtude das medidas tomadas para controle do coronavírus, e não de menor demanda do país asiático. Os produtos agrícolas, diferentemente de outras commodities, são bens tão fundamentais que não podem simplesmente ser cortados da balança. Até a entrada da safra norte-americana 2020/2021, o Brasil continua sendo o principal fornecedor de grãos para China. Além dos grãos, o país asiático vai continuar necessitando das carnes brasileiras até a recuperação do plantel de suínos após a epidemia da peste suína africana (PSA). No primeiro momento, houve um pânico exagerado de especulações quanto à queda na balança comercial entre os dois países. A questão não é a doença em si e sim os reflexos econômicos. Mas, com as medidas equacionadas, o fluxo deve voltar à normalidade com certo retardo.

Ainda é cedo para projetar uma baixa imediata nas exportações para China, em virtude de os produtos agrícolas serem centrais para a cadeia produtiva chinesa. Após a identificação do surto, a importação de commodities pela China não estava ocorrendo na velocidade necessária em função do travamento logístico, principalmente para produtos perecíveis. Mas se tratam de problemas momentâneos, que já foram resolvidos. O escoamento de produtos agrícolas por toda a cadeia produtiva chinesa está mais lento, mas continua ocorrendo normalmente. A China, somada a região autônoma de Hong Kong, responde por 36% das exportações agrícolas brasileiras. No caso da soja, a participação do país representa entre 70% a 80% dos embarques do Brasil, enquanto nas carnes é da ordem de 40%, variando conforme a proteína. Do lado das importações brasileiras, 38% dos pesticidas utilizados nas lavouras domésticas vêm da China. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.