11/Mar/2020
O dólar sofreu nesta terça-feira (10/03) a maior queda diária em seis meses, voltando à casa de R$ 4,64 diante de uma combinação de alívio externo e atuação do Banco Central, após na véspera a cotação ter flertado com a marca de R$ 4,80 e batido novo recorde histórico. O dólar à vista encerrou em baixa de 1,69%, a R$ 4,6457, maior baixa diária desde 4 de setembro de 2019. O dia foi de ajustes e alívio depois do caos da véspera, quando o tombo histórico do petróleo arrastou para baixo várias classes de ativos financeiros e golpeou um sentimento já fragilizado pelos temores relacionados ao coronavírus.
Notícias sobre a disposição dos principais bancos centrais do mundo para adotar mais estímulos e negociações entre autoridades de governos sobre pacotes de ajuda econômica ajudaram a trazer alguma calma aos mercados em todo o mundo. O índice das ações brasileiras saltou mais de 7%, maior alta desde janeiro de 2009. O índice referencial da bolsa de Nova York disparou 5%, e o petróleo WTI ganhou 10,4%. As moedas emergentes, contudo, mostravam desempenho misto, e o Real encabeçou a lista de melhor desempenho entre 33 rivais do dólar na sessão.
A venda de mais US$ 2 bilhões em moeda à vista pelo Banco Central combinada com a percepção de que o BC pode estar menos confortável com queda de juros na próxima semana ajudou a divisa brasileira a se destacar positivamente nesta terça-feira. A discussão sobre mais reduções da Selic segue no radar do mercado, já que novo afrouxamento monetário poderia reduzir mais o diferencial de retornos entre a renda fixa brasileira e a de outros países emergentes, o que jogaria contra um fluxo cambial que já está negativo no ano depois de saída líquida recorde em 2019. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.