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11/Mar/2020

China: 4 meses para retomada total de operações

Segundo o Rabobank, a cadeia de alimentação e da agricultura na China precisará de pelo menos quatro meses para uma retomada completa das operações (com exceção da província de Hubei, onde o surto começou). Bloqueios em estradas e escassez de mão-de-obra estão prejudicando o retorno à operação normal. Fábricas de ração, abatedouros, plantas de processamento, portos e centros de transporte/distribuição estão conseguindo operar com capacidade de 40% a 70%. Os bloqueios de estradas ainda estão atrapalhando os principais setores agropecuários, como a criação de suínos e frangos e a indústria de laticínios, desacelerando a produção ou atrasando o reabastecimento. A reposição de rebanhos suínos e novas construções de fazendas devem ser atrasadas em mais de dois meses. O armazenamento a frio (contêineres refrigerados) nos portos também está congestionado, com os maiores problemas em Xangai, Xngang, Ningbo e Tianjin.

A demora na recuperação do segmento de serviços para alimentação deve afetar vários setores, como proteína animal, bebidas, óleos comestíveis, condimentos e certas categorias de laticínios, que terão queda significativa nas vendas por esse canal de distribuição. A oferta apertada de matérias-primas aumenta as pressões de custo para todas as companhias. Empresas de alimentos e bebidas e companhias de entrega expressa sentirão a pressão de oferta apertada e dos custos crescentes de embalagens. A produção de ração foi atrasada, porque alguns ingredientes não podem ser transportados domesticamente e outros estão bloqueados em portos. A queda das importações, juntamente com custos de embarque em elevação, piora a situação. Isso traz pressões de custo para criação de animais e causou atrasos na recomposição de suínos, o que levará a uma lacuna maior no suprimento de proteína animal em 2020. Para setores com forte presença em Hubei o impacto é sério. Hubei é o maior produtor de fertilizantes fosfatados da China e representa 30% da capacidade do país. A epidemia dificulta a retomada do trabalho das empresas de fertilizantes fosfatados, e a taxa de utilização caiu de 30% a 40% na comparação anual, causando uma queda na produção.

O impacto na produção agrícola continuará ao longo de 2020. Além disso, há casos em que as empresas enfrentam problemas de recebimento excessivo ou abaixo do necessário de matéria-prima em relação ao ritmo de escoamento dos seus produtos, como processadores de lácteos e fabricantes e misturadores de fertilizantes. É difícil prever quando consumidores estarão preparados psicologicamente para voltar a comer em restaurantes ou comprar em supermercados. O fechamento e falência de pequenas e médias empresas vão prejudicar a cadeia de fornecedores e clientes da indústria de alimentos e agricultura. A escassez de oferta de agroquímicos e fertilizantes para exportação na China leva a um aumento do risco de cancelamento de contratos e multas. Embora não haja embargo imposto sobre agroquímicos e fertilizantes chineses, uma continuação da epidemia vai reduzir significativamente o volume exportado, já que o pico da temporada no mercado externo será perdido. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.