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09/Mar/2020

Dólar sobe mais de 8% em 12 altas consecutivas

O dólar à vista finalmente quebrou uma série de 12 altas consecutivas e fechou em baixa moderada ante o Real na sexta-feira (06/03), mas ainda assim acumulou a maior valorização semanal desde novembro do ano passado, depois de dias de forte tensão por causa do coronavírus e ampliada por questionamentos do mercado acerca do modus operandi de atuação do Banco Central no câmbio. O Banco Central vendeu na sexta-feira, em um único leilão, US$ 2 bilhões em contratos de swap cambial tradicional - que equivalem à venda de dólar no mercado futuro. O volume ofertado (40 mil contratos de swap) foi o dobro do registrado em operações anteriores. O BC reforçou as operações depois de na véspera fazer três leilões de US$ 1 bilhão em swaps cada e não conseguir impedir que o dólar cravasse novo recorde histórico.

Isso atraiu críticas de operadores de mercado pelo que consideraram a postura excessivamente discreta, com volumes de swaps aquém do necessário, dado o cenário de grande volatilidade. Parte do mercado espera novos cortes da Selic, o que reduziria o diferencial de juros entre Brasil e restante do mundo. Com isso, em combinação à piora nos mercados globais, o Real voltou a se depreciar frente ao dólar e às moedas de países emergentes. Em dois dias, o BC vendeu um total de US$ 5 bilhões em contratos de swap. O reforço da intervenção cambial visa tornar o hedge no dólar ineficiente na margem. Isso força desmontar posições em outros ativos (reduzir risco) ou procurar hedge em outras moedas emergentes. O dólar caiu 0,36%, para R$ 4,6344, depois de disparar 8,13% em 12 pregões consecutivos de valorização.

Na semana, o dólar spot saltou 3,42%, maior ganho percentual desde a semana finda em 8 de novembro de 2019. Apesar do alívio no mercado interbancário de câmbio, a taxa do dólar futuro seguia em alta, chegando a se aproximar de R$ 4,68 na máxima da sessão, acompanhando o mau humor nos demais mercados de câmbio em mais um dia de forte aversão a risco em todo o mundo. O Itaú ainda vê o Real pressionado pelo elevado nível de incerteza na economia global e o menor apetite por risco, mas acredita que, com a dissipação do choque econômico causado pelo coronavírus, a aversão a risco no exterior deve diminuir e a economia brasileira deve acelerar, abrindo espaço para recuperação da moeda local. O Itaú manteve expectativa de que o dólar fechará 2020 e 2021 em R$ 4,15, mas calcula que a cotação deveria estar mais perto de R$ 4,00, considerando o preço de outros ativos brasileiros e moedas emergentes. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.