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05/Mar/2020

PIB brasileiro cresce 1,1% em 2019 sobre de 2018

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou alta de 1,1% em 2019 ante 2018. No quarto trimestre de 2019, o PIB cresceu 0,5% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Na comparação com o quarto trimestre de 2018, o PIB apresentou alta de 1,7% no quarto trimestre de 2019. O PIB do quarto trimestre de 2019 totalizou R$ 1,893 trilhão. Com esse resultado, o PIB de todo o ano passado somou R$ 7,257 trilhões. O Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária subiu 1,3% em 2019 ante 2018. No quarto trimestre de 2019, o PIB da agropecuária caiu 0,4% ante o terceiro trimestre. Na comparação com o quarto trimestre de 2018, o PIB da agropecuária mostrou alta de 0,4%. O Produto Interno Bruto (PIB) da indústria subiu 0,5% em 2019 ante 2018. No quarto trimestre de 2019, o PIB da indústria subiu 0,2% ante o terceiro trimestre do ano. Na comparação com o quarto trimestre de 2018, o PIB da indústria mostrou alta de 1,5%.

O Produto Interno Bruto (PIB) de serviços subiu 1,3% em 2019 ante 2018. No quarto trimestre de 2019, o PIB de serviços subiu 0,6% ante o terceiro trimestre do ano. Na comparação com o quarto trimestre de 2018, o PIB de serviços mostrou alta de 1,6%. A construção cresceu 1,6% no ano de 2019 ante 2018. O avanço foi puxado por uma expansão do setor imobiliário. As atividades imobiliárias cresceram 2,3% no ano passado. O comércio teve elevação de 1,8% em 2019, enquanto o segmento de informação e comunicação avançou 4,1%. A produção e distribuição de eletricidade, gás e água aumentou 1,9% no ano passado. As atividades financeiras cresceram 1,0% em 2019. A indústria de transformação teve apenas leve alta de 0,1%, e o segmento de transporte, armazenagem e correio subiu 0,2%. A administração pública ficou estagnada (0,0%). As indústrias extrativas recuaram 1,1% em 2019, afetadas pela menor extração de minério, a despeito do avanço na extração de óleo e gás.

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) subiu 2,2% em 2019 ante 2018. No quarto trimestre de 2019, a FBCF caiu 3,3% contra o terceiro trimestre do ano. Na comparação com o quarto trimestre de 2018, a FBCF mostrou queda de 0,4%. A taxa de investimento (FBCF/PIB) no dado fechado de 2019 ficou em 15,4%. O consumo das famílias subiu 1,8% em 2019 ante 2018. No quarto trimestre de 2019, o consumo das famílias subiu 0,5% ante o terceiro trimestre do ano. Na comparação com o quarto trimestre de 2018, o consumo das famílias mostrou alta de 2,1%. O consumo do governo, por sua vez, caiu 0,4% em 2019 ante 2018. No quarto trimestre de 2019, esse indicador subiu 0,4% ante o terceiro trimestre do ano. Na comparação com o quarto trimestre de 2018, o consumo do governo mostrou alta de 0,3%. As exportações diminuíram 2,5% em 2019 ante 2018. No quarto trimestre de 2019, as vendas externas subiram 2,6% contra o terceiro trimestre. Na comparação com o quarto trimestre de 2018, as exportações mostraram queda de 5,1%.

As importações contabilizadas no PIB, por sua vez, subiram 1,1% em 2019 ante 2018. No quarto trimestre de 2019, esse indicador caiu 3,2% contra o terceiro trimestre. Na comparação com o quarto trimestre de 2018, as importações mostraram queda de 0,2%. A contabilidade das exportações e importações no PIB é diferente da realizada para a elaboração da balança comercial. No PIB, entram bens e serviços, e as variações percentuais divulgadas dizem respeito ao volume. Na balança comercial, entram somente bens, e o registro é feito em valores, com grande influência dos preços. A taxa de poupança no ano de 2019 ficou em 12,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2018, essa taxa havia ficado em 12,4%. A taxa de investimento ficou em 15,4% em 2019. Esse nível é maior do que o verificado em 2018, que foi uma taxa de 15,2%. A alta de 0,5% no consumo das famílias no quarto trimestre de 2019 ante o trimestre imediatamente anterior foi a sexta alta seguida nessa ótica de comparação.

Além do período de seis trimestres seguidos de alta, o consumo das famílias também emplacou três anos seguidos de alta. O avanço de 1,8% em 2019 ante 2018 se segue às altas de 2018 (2,1%) e 2017 (2,0%). Ainda pela ótica da demanda, o destaque negativo ficou por conta da formação bruta de capital fixo (FBCF) e das exportações. Na margem, a queda de 3,3% na FBCF no quarto trimestre de 2019 ante o trimestre imediatamente anterior foi o pior desempenho, nesse tipo de comparação, desde o terceiro trimestre de 2016, quando a economia ainda estava em recessão e os investimentos tombaram 6,0% ante o segundo trimestre daquele ano. Em 2019 fechado, a FBCF cresceu 2,2%, abaixo do desempenho de 2018 (alta de 3,9%), mas acima do verificado com 2017 (queda de 2,6%). As exportações fecharam 2019 com queda de 2,5%. É o pior desempenho desde 2014, primeiro ano da recessão, quando as exportações caíram 1,6% ante 2013. Apesar da queda anual, as exportações cresceram 2,6% no quarto trimestre de 2019 ante o trimestre imediatamente anterior, interrompendo três trimestres de queda.

A alta de 0,6% no setor de serviços no quarto trimestre de 2019 ante o trimestre imediatamente anterior foi o 12º avanço consecutivo. Em 2019 como um todo, os serviços cresceram 1,3%. São três anos de alta, após os avanços de 2018 (1,5%) e 2017 (0,8%). Ainda pela ótica da oferta, o PIB da indústria da construção fechou 2019 com alta de 1,6% ante 2018. Foi o primeiro ano de alta desde 2013, antes de a economia entrar em recessão, quando a construção avançou 4,5% ante 2012. Mesmo assim, houve queda de 2,5% no PIB da construção no quarto trimestre de 2019 ante o trimestre imediatamente anterior. O PIB da indústria extrativa, marcado pelo rompimento da barragem de rejeitos de minério da Vale em Brumadinho (MG), em janeiro de 2019, caiu 1,1% ano passado, pior desempenho desde 2016, quando houve queda de 1,2%. O PIB da indústria como um todo avançou 0,5% em 2019 ante 2018 e 0,2% no quarto trimestre do ano passado em relação ao trimestre imediatamente anterior. Com a alta de 1,1% em 2019, o Produto Interno Bruto (PIB) ainda está 3,1% abaixo de seu ponto mais alto, antes de entrar na recessão de 2014-2016, registrado no primeiro trimestre de 2014.

O PIB atingiu, no quarto trimestre de 2019, nível equivalente ao que foi verificado no primeiro trimestre de 2013. É o mesmo patamar do primeiro trimestre de 2013. Em relação ao vale da recessão de 2014 a 2016, registrado no quarto trimestre de 2016, logo antes de a economia sair da recessão, o PIB atingiu no quarto trimestre de 2019 nível 5,4% superior. O Produto Interno Bruto (PIB) em valores correntes totalizou R$ 7,3 trilhões no ano passado, sendo R$ 6,2 trilhões em Valor Adicionado a preços básicos e R$ 1,0 trilhão de Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios. Como resultado, o PIB per capita alcançou R$ 34.533,00 em 2019, em valores correntes, um avanço de 0,3% em relação a 2018, já descontada a inflação do período. Em 2019, o PIB cresceu 1,1% em relação ao ano anterior. Houve expansão de 1,1% do Valor Adicionado a preços básicos e alta de 1,5% no volume dos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios. O setor de serviços foi o maior responsável pelo desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, já que representa três quartos da formação do índice que mede a economia brasileira.

O setor de serviços registrou alta de 1,3% no ano, sendo a maior contribuição para a alta de 1,1% do PIB do ano passado em comparação com o ano anterior. Tanto a agropecuária como a indústria em 2019 ficaram em patamares praticamente estáveis em relação a 2018. Sob a ótica da produção, o grande destaque foi o crescimento do segmento de comunicação e informação (+4,1%), puxado pela Internet e todos os serviços de informática. Essa área está bastante aquecida e foi o grande destaque de 2019. A energia também registrou alta por conta do maior número de bandeiras vermelhas em 2019 em relação a 2018. Junto com outros serviços como água e esgoto, a alta foi de 1,9% no ano. A construção recuou 2,5% no quarto trimestre de 2019 ante o terceiro trimestre do ano. O comércio ficou estagnado (0,0%) no período. As atividades imobiliárias cresceram 0,3% no 4º trimestre ante o terceiro trimestre, enquanto a indústria de transformação subiu também 0,3%. A produção e distribuição de eletricidade, gás e água avançou 0,6%, as indústrias extrativas tiveram expansão de 0,9%, o setor de transporte, armazenamento e correio cresceu 1,2%.

A atividade de informação e comunicação teve elevação de 1,9% na passagem do terceiro para o quarto trimestre de 2019, e as atividades financeiras aumentaram 0,8%. A administração pública teve elevação de 0,9% no período. O setor externo contribuiu negativamente para o PIB de 2019 pelo terceiro ano consecutivo. No ano passado, o mau desempenho da indústria automotiva, minerais metálicos e máquinas e equipamentos puxou a queda de 2,5% nas exportações de bens e serviços. A alta de 1,1% nas importações foi impulsionada por material elétrico, produtos químicos e metalurgia. Apesar do resultado negativo no ano, houve melhora da contribuição do setor externo para o PIB no quarto trimestre de 2019 ante o terceiro trimestre do ano. As exportações cresceram 2,6%, enquanto as importações encolheram 3,2%. A reversão de tendência ao fim de 2019 foi explicada por dois fatores pontuais: pela desvalorização do Real ante o dólar e pelo aumento das exportações brasileiras de proteína animal para a China.

A safra recorde de grãos em 2019 e o bom desempenho da pecuária levaram a um avanço de 1,3% no PIB da agropecuária do ano passado. Houve perdas relevantes nas culturas de café, arroz e soja, mas contribuíram positivamente os avanços na produção de algodão, milho e da pecuária. Mas, a safra de algodão no quarto trimestre de 2019 puxou para baixo o PIB do setor agropecuário, que recuou 0,4% em comparação com o trimestre anterior. Sob a ótica de produção no quarto trimestre do ano passado, a agropecuária só perdeu para o setor de construção civil, em queda de 2,5% contra o terceiro trimestre. Ao mesmo tempo em que o Produto Interno Bruto (PIB) teve em 2019 o terceiro ano seguido de contribuição negativa do setor externo, ano passado foi marcado por uma mudança de composição na demanda interna, que segue puxando o crescimento. Diferentemente de 2018, em 2019 o consumo do governo contribuiu negativamente, puxando o crescimento para baixo. Do crescimento de 1,1% no PIB de 2019, a demanda interna contribuiu com 1,7%, enquanto a demanda externa teve contribuição negativa de 0,5%. O saldo entre as duas componentes da demanda, externa e interna, não dá o mesmo 1,1% do PIB agregado por causa do arredondamento das casas decimais.

Por trás da contribuição negativa do setor externo está a queda na demanda mundial, com destaque especial para a Argentina, principal compradora dos produtores manufaturados brasileiros, atingida por uma crise econômica. No lado da demanda interna, o consumo das famílias segue como o principal motor da economia, respondendo por 1,2% do avanço da demanda interna. O consumo do governo (que caiu 0,4% no PIB de 2019) teve contribuição negativa de 0,1% no crescimento do ano passado. O consumo do governo não está mais colaborando com o crescimento econômico, está até puxando pra baixo. Em 2018, essa contribuição foi positiva, embora pequena. Essa contribuição negativa é efeito do ajuste fiscal em curso nos governos de todas as esferas. Assim, o crescimento é ancorado no consumo das famílias. O consumo das famílias cresceu 1,8% em 2019 e o avanço de 0,5% no quarto trimestre ante o terceiro trimestre do ano foi o sexto seguido nessa base de comparação. Embora a alta de 1,8% tenha ficado aquém do avanço de 2,1% registrado em 2018 ante 2017, não há uma perda de ritmo, pois já são três anos de crescimento nesse componente.

A expansão do crédito (alta nominal de 14,4% no saldo de operações de crédito com recursos livres para as pessoas físicas), a queda nos juros (na média, a Selic passou de 6,4% em 2018 para 6,0% em 2019), o crescimento real da massa salarial e a liberação de parcelas do FGTS a partir de setembro sustentam o consumo das famílias. Mesmo assim, a expansão do consumo das famílias segue em ritmo lento. O crescimento da massa salarial, a liberação do FGTS, o "repique" inflacionário por causa dos preços das carnes e a alta do dólar, no fim de 2019, são fatores que ainda travam um crescimento mais robusto do consumo. Primeiro, o mercado de trabalho está muito ancorado na informalidade e os empregos informais oferecem rendimentos menores e mais instáveis. O FGTS também não vai todo para o consumo, boa parte é utilizada pra abater dívidas. Além disso, pode-se mencionar o "repique" da inflação no quarto trimestre e o câmbio desvalorizando, que desestimula o consumo de produtos importados. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.