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02/Mar/2020

Coronavírus: pânico no mercado de ações dos EUA

Os mercados de ações nos Estados Unidos registraram a pior semana desde a Grande Recessão de 2008 com o forte temor de que o coronavírus se torne uma pandemia e provoque impactos negativos expressivos sobre a economia mundial e o PIB do país. Estrategistas de grandes instituições financeiras em Nova York estão divididos sobre o ritmo de recuperação, mas concordam que as imensas incertezas sobre o processo de disseminação da doença devem levar as bolsas locais a elevado nível de volatilidade por pelo menos mais 15 dias. Uma corrente de especialistas acredita que o extremo nervosismo nos mercados de ações norte-americanos é temporário, pois acreditam que os governos de diversos países com grande número de pessoas contaminadas pelo coronavírus estão agindo de forma eficiente para conter a expansão da enfermidade.

Há confiança de que as autoridades onde há vários casos da doença estão vigilantes e adotando todas as medidas necessárias para coibir a disseminação da doença, com a possibilidade do desenvolvimento de vacinas, o que deve gerar em pouco tempo um quadro de maior tranquilidade nas bolsas nos Estados Unidos. Um segmento de especialistas destaca que há muitas dúvidas sobre o que ocorrerá com o coronavírus no curto prazo e, portanto, é muito difícil avaliar quando os mercados financeiros ficarão mais calmos. Para isso, três fatores são essenciais: uma estabilização do número de casos da doença fora da China, a recuperação mais clara das cadeias de produção naquele país asiático e uma resposta de políticas dos governos que assegurem a contenção da disseminação da doença.

O intenso nervosismo dos investidores em Wall Street levou à maioria dos contratos de juros nos mercados futuros a indicar que o Federal Reserve (Fed) cortará as taxas em 0,25% em março, e surgiram também apostas de que a redução poderá ser maior e atingir 0,50%. Um novo ciclo de distensão de política monetária seria bem aceito pelos mercados, mas, mais importante que este movimento, são as três condições necessárias para sinalizar uma situação global mais favorável relativa à disseminação internacional da doença. O Fed lançou um comunicado na sexta-feira (28/02) no qual ressaltou que os fundamentos do nível de atividade norte-americana continuam fortes, mas o coronavírus apresenta riscos crescentes à economia dos Estados Unidos e o banco central vai monitorar o quadro e atuará de forma apropriada com seus instrumentos monetários para apoiar a demanda agregada do país.

A continuidade do pânico visto nos últimos dias nos mercados por mais uma semana elevará as chances do Federal Reserve de reduzir os juros em março. Há especialistas que avaliam que a economia global e a dos Estados Unidos só terá um cenário mais claro sobre os impactos causados pelo coronavírus em dois trimestres e, até lá, os investidores em Wall Street registrarão ciclos excessivos de alta e de queda de ativos. Devido à forte valorização dos mercados de ações norte-americanos, especialmente em 2019, há um processo de correção que foi deflagrado pela doença. Essa correção deverá ainda levar o índice S&P 500 para 2.850 pontos. Quando chegar neste ponto, as bolsas devem passar a alternar significativas oscilações para cima e para baixo por mais seis meses.

As bolsas em Nova York registraram vigorosas quedas na semana passada devido a uma sequência de fatos sobre o coronavírus. Um deles ocorreu na segunda-feira (24/02) quando foi computado um salto do número de casos da doença fora da China, com destaque para a Itália, o que levou o Dow Jones a cair 1.000 pontos com uma avaliação de investidores de que a doença estava fora do controle. Além disso, na terça-feira (25/02) o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos expressou que seus especialistas esperam que a enfermidade se espalhará de forma ampla pelo país, a ponto de recomendar dirigentes de escolas e de empresas a se preparar para enfrentar um potencial surto da enfermidade no território norte-americano. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.