ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

02/Mar/2020

Taxa de desemprego recua na comparação anual

De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados na sexta-feira (28/02) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação no Brasil ficou em 11,2% no trimestre encerrado em janeiro. Em igual período de 2019, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 12,0%. No trimestre até dezembro, a taxa foi de 11,0%. A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.361,00 no trimestre encerrado em janeiro. O resultado mostra estabilidade em relação ao número do mesmo período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 217,399 bilhões no trimestre até janeiro, alta de 2,2% ante igual período do ano anterior. A taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 7,0% no trimestre até janeiro, ante 7,4% no trimestre até outubro. O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais que gostariam de trabalhar por um período maior. Em todo o Brasil, há 6,599 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas. Na passagem do trimestre até outubro para o trimestre até janeiro, houve um recuo de 403 mil pessoas na população nessa condição. O País tem 174 mil pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas a menos em um ano.

O Brasil tinha uma população de 4,698 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em janeiro. O resultado significa 83 mil desalentados a mais em relação ao trimestre encerrado em outubro de 2019. Em um ano, 25 mil pessoas a mais entraram nessa condição. A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial. Apesar da melhora gradual no mercado de trabalho, ainda faltou trabalho para 26,390 milhões de pessoas no Brasil no trimestre encerrado em janeiro. A taxa composta de subutilização da força de trabalho diminuiu de 23,8% no trimestre até outubro para 23,2% no trimestre até janeiro. O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. No trimestre até janeiro de 2019, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 24,2%. A massa de salários em circulação na economia cresceu em R$ 4,764 bilhões no período de um ano, para R$ 217,399 bilhões, uma alta de 2,2% no trimestre encerrado em janeiro de 2020 em relação ao mesmo período de 2019.

Na comparação com o trimestre terminado em outubro de 2019, a massa de renda real subiu 0,7%, com R$ 1,549 bilhões a mais. O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve alta de 0,5% na comparação com o trimestre até outubro, R$ 11,00 a mais. Em relação ao trimestre encerrado em janeiro do ano passado, a renda média ficou estável (0,0%) em R$ 2.361,00. O Brasil registrou 97 mil ocupados a mais no mercado de trabalho em um trimestre, enquanto 453 mil pessoas deixaram o contingente de desempregados. A taxa de desemprego passou de 11,6% no trimestre encerrado em outubro de 2019 para 11,2% no trimestre terminado em janeiro de 2020. A população ocupada alcançou 94,151 milhões de pessoas. Mas, a taxa de desemprego cedeu também pelo aumento no número de pessoas que migraram para a inatividade. A população inativa alcançou um recorde de 65,733 milhões no trimestre encerrado em janeiro, 873 mil pessoas a mais que no trimestre anterior. O País alcançou uma taxa de informalidade de 40,7% no mercado de trabalho no trimestre até janeiro, com 38,3 milhões de trabalhadores atuando na informalidade. O trabalho por conta própria alcançou 24,575 milhões de brasileiros no trimestre encerrado em janeiro.

Em apenas um ano, o trabalho por conta própria ganhou a adesão de 745 mil pessoas. Em um trimestre, foram 129 mil trabalhadores a mais nessa condição. O trabalho sem carteira assinada no setor privado somou 11,673 milhões de ocupados nessa situação. O emprego sem carteira no setor privado aumentou em 419 mil vagas em um ano. Em um trimestre, foram 179 mil trabalhadores a menos. O setor público fechou 149 mil vagas em um trimestre, mas contratou mais 65 mil em relação a um ano antes. O trabalho doméstico dispensou 54 mil pessoas em um trimestre. No período de um ano, há 37 mil pessoas a mais no trabalho doméstico. A renda domiciliar per capita nominal mensal ficou em R$ 1.439,00 no Brasil em 2019. A renda domiciliar per capita mais alta foi registrada no Distrito Federal, de R$ 2.686,00 enquanto a mais baixa era a do Maranhão, R$ 636,00. O mercado de trabalho registrou abertura de 504 mil vagas com carteira assinada no setor privado no trimestre encerrado em janeiro, uma alta de 1,5% em relação ao trimestre terminado em outubro do ano passado. O resultado, porém, ainda está carregando o bom desempenho da geração de vagas formais visto em novembro e dezembro de 2019. Dois terços da taxa de desemprego do trimestre encerrado em janeiro de 2020 são de informações de novembro e dezembro do ano anterior. Esse aumento na carteira está muito influenciado pelo movimento de novembro e dezembro.

Assim, não é possível afirmar que 2020 se inicia com sustentabilidade dos empregos de carteira assinada. O momento é misto e não permite saber de forma clara como se inicia 2020. Na comparação com o trimestre encerrado em janeiro de 2019, foram criadas 845 mil vagas formais no setor privado no trimestre terminado em janeiro de 2020, uma elevação de 2,6%. O comércio foi o setor que puxou a geração de vagas no trimestre encerrado em janeiro, com 179 mil contratados a mais que no trimestre terminado em outubro de 2019. Na passagem do trimestre terminado em outubro para o trimestre encerrado em janeiro, houve contratações também nas atividades de outros serviços (+58 mil ocupados), indústria (+2 mil), alojamento e alimentação (+94 mil), transporte (+110 mil) e informação, comunicação e atividades financeiras (+58 mil). Por outro lado, houve demissões na agricultura, pecuária, produção florestal pesca e aquicultura, com 126 mil trabalhadores a menos em um trimestre, na construção (-65 mil), nos serviços domésticos (-83 mil) e na administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-134 mil). Em relação ao patamar de um ano antes, todas as atividades geraram vagas, com exceção da agricultura, que perdeu 107 mil trabalhadores ante o trimestre até janeiro de 2019.

As contratações ocorreram na indústria (512 mil vagas a mais), informação, comunicação e atividades financeiras (+212 mil), transporte (+213 mil), alojamento e alimentação (+173 mil empregados), outros serviços (+276 mil pessoas), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (+268 mil vagas), comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (+242 mil vagas), serviços domésticos (+56 mil) e construção (+41 mil trabalhadores). Apesar do ainda elevado nível de informalidade, o mercado de trabalho manteve em janeiro de 2020 os bons resultados que obteve nos meses de novembro e dezembro do ano passado. Em janeiro, o mercado de trabalho ainda não reverteu os bons resultados que conseguiu ao fim de 2019. Ainda não se está num processo de dispensa de trabalhadores temporários. A proporção de trabalhadores ocupados contribuindo para a Previdência Social ficou em 63,1% no trimestre encerrado em janeiro de 2020. Embora o País tenha registrado 94,151 milhões de pessoas trabalhando, o mercado de trabalho tinha 38,3 milhões de pessoas atuando na informalidade. O levantamento, considerado uma proxy da informalidade, inclui os empregados do setor privado sem carteira assinada, os trabalhadores domésticos sem carteira assinada, os trabalhadores por conta própria sem CNPJ, os empregadores sem CNPJ e o trabalhador familiar auxiliar.

O trimestre que está sendo analisado inclui janeiro e os meses de novembro e dezembro (de 2019), que são meses que foram favoráveis ao mercado de trabalho em termos de população ocupada. Além disso, existe queda acentuada na desocupação. A taxa de informalidade caiu de 41,2% no trimestre até outubro de 2019 para 40,7% no trimestre até janeiro de 2020. No trimestre terminado em janeiro de 2019, a taxa de informalidade era de 41,0%. Até mesmo a informalidade pode estar sendo reduzida pelos efeitos ainda do final do ano passado, onde teve aumento da carteira e um pouco de aumento do trabalho por conta própria com CNPJ. A redução no trabalhador familiar auxiliar também é importante. O trabalhador na agricultura também contribui para baixar a informalidade. Outro fenômeno que impediu uma piora na taxa de desemprego em janeiro foi a elevação da população inativa, ou seja, pessoas que nem estão trabalhando nem procuraram uma vaga.

O mês de janeiro mostrou uma retenção dos trabalhadores ocupados contratados nos meses de novembro e dezembro de 2019, mas também houve uma interrupção acentuada do processo de procura por trabalho, com aumento da inatividade para patamar recorde. É um movimento atípico, mas nada impede que todo esse contingente volte para a força de trabalho em fevereiro ou março. Existe uma série de dúvidas que serão sanadas com os dados de fevereiro e março. Ainda é cedo para afirmar que essas pessoas vão se retirar do mercado de trabalho. É um movimento que acontece em janeiro, mas as pessoas tendem a voltar para o mercado de trabalho. O mês de janeiro é um mês de transição. A população inativa cresceu em 873 mil pessoas no trimestre encerrado em janeiro ante o trimestre terminado em outubro de 2019. O aumento da inatividade explica bastante a queda da taxa de desocupação. São pessoas que decidiram que não querem trabalhar. Nos meses de janeiro, de modo geral, há uma procura menor por emprego. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.