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27/Fev/2020

PIB da Agropecuária terá forte expansão em 2020

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou para cima sua estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária brasileira em 2020. O novo horizonte traçado aponta para um avanço que poderá chegar a 3,4%, levando-se em conta as previsões de safra do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), ou a 4,1%, se considerados os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em ambos cenários, as estimativas representam uma forte aceleração da atividade agropecuária no país em relação a 2019, quando o crescimento foi de 0,7%. Na análise segmentada, a perspectiva é de avanço de 3,9% ou 5,0% no valor adicionado da lavoura. O bom desempenho da soja (alta de 8,7% na produção, de acordo com o IBGE) e do café (13,1%) devem puxar o crescimento.

No caso da pecuária, a estimativa é de alta de 3,5% no valor adicionado. A produção de suínos ganha destaque, com projeção de crescimento de 4,5% em 2020, mas todas as principais cadeias devem impulsionar a atividade. Mas o Ipea prega cautela. Um dos riscos são os efeitos do coronavírus na China sobre sua demanda por produtos agropecuários como soja e carnes, principais itens da pauta brasileira de exportação aos asiáticos. Os efeitos econômicos do coronavírus podem representar um risco para as projeções do PIB agropecuário, uma vez que a demanda externa por carnes e, por consequência, a produção interna pode ser afetada. Mas o Ipea não acredita em um efeito negativo sobre a produção da carne suína para a exportação porque a China ainda sofre as consequências da peste suína africana e seu plantel permanece reduzido.

O Ipea considera que o efeito do coronavírus não será significativo sobre a produção de soja brasileira, mas na carne bovina o potencial de impacto é maior. No documento, o instituto relata os problemas enfrentados pela China — como quarentena em diversas cidades e as dificuldades de armazenamento dos contêineres refrigerados nos portos chineses — como dificuldades para a circulação de mercadorias. Para a soja, o que pode atrapalhar, na visão do Ipea, é o recente acordo entre Estados Unidos e China. Haverá uma grande pressão para as exportações americanas para a China sejam ampliadas, deslocando os principais fornecedores. Por se tratar de uma commodity, é sempre possível realocar a oferta brasileira para outros mercados que deixariam de ser atendidos pela soja dos Estados Unidos, mas com todas as dificuldades de redefinições logísticas e contratuais envolvidas. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.