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14/Fev/2020

PIB do Brasil não crescerá mais que 2% em 2020

A safra de dados de atividade em dezembro decepcionou mais uma vez o mercado e consolidou a percepção de que a atividade econômica perdeu tração no quarto trimestre ante o período de julho a setembro (0,60%), contrariando as expectativas de aceleração com o FGTS, a melhora do emprego e do crédito, e os juros baixos. Com isso, cresce a percepção de que Produto Interno Bruto (PIB) de 2020 deve ficar mais próximo de 2,0%, especialmente considerando os temores com o surto de coronavírus. No Boletim Focus, a mediana é de alta de 2,30%. A frustração principal veio do varejo que não deu um impulso mais forte na ponta mesmo com a liberação do FGTS e mostrou que o consumo não está tão forte assim. A indústria pode continuar a ter resultados aquém do esperado.

Após um novembro também fraco, a produção industrial em dezembro recuou 0,70% ante novembro, o varejo ampliado caiu 0,80% e os serviços fecharam as divulgações com queda de 0,40%. Os dados sugerem uma desaceleração na dinâmica do PIB medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre o terceiro e o quarto trimestres. Assim, a tendência para o PIB em 2020 é de 2,0%, ou um pouco abaixo. Um fator preponderante para as previsões de recuo no PIB este ano é a queda em serviços importantes para o cálculo das contas nacionais trimestrais, como os serviços prestados às famílias (-1,30%) e dos serviços profissionais (-1,30%).

A liberação do FGTS estimulou o consumo no trimestre, como mostra a projeção de crescimento de 1,30% no período, o que significaria um avanço de cerca de 5,50% em termos anualizados, superior ao fundamento, que indica crescimento de 2,0% em 2019 e de 2,50% em 2020. Mas, a inflação elevada e a queda das exportações prejudicaram o varejo e a indústria em dezembro, respectivamente. Com isso, pode estar havendo uma "ressaca" do FGTS no primeiro trimestre de 2020, quando o PIB deve crescer 0,30%, mas os dados mais fracos do quarto trimestre acrescentam um viés de baixa a essa projeção. Além disso, há incertezas quanto ao impacto do surto de coranovírus, que indica um crescimento mais fraco neste ano. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.