ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

11/Fev/2020

Coronavírus afeta preços e exportações brasileiras

A cotação de alguns dos produtos mais importantes da pauta de exportações brasileira despencou desde que o coronavírus atingiu a China, principal importador das commodities produzidas pelo País. Desde a semana anterior ao dia 21, quando o mercado percebeu a dimensão da epidemia, o petróleo teve baixa de 15,55%, o minério de ferro caiu 14,34%, a soja em grão recuou 5,13%. Outros produtos agrícolas tiveram a mesma trajetória descendente, mas em menor proporção. Em 2019, esses três produtos responderam por 78% das vendas externas brasileiras - que totalizaram US$ 177,3 bilhões. Mais do que qualquer escassez de insumos da indústria, o principal impacto da crise do coronavírus para o Brasil deve ser exatamente na balança comercial - e no faturamento das empresas locais, que têm sido o motor da economia do País há anos. Se a epidemia continuar, pode afetar ainda mais profundamente os preços de alguns produtos de exportação relevantes, como minério de ferro, petróleo e soja. A questão é o tempo que vai durar a epidemia.

Ainda é cedo para quantificar o impacto financeiro que a queda no preço das commodities terá na balança comercial. Por enquanto, não há motivo para que a luz amarela se acenda. As negociações dos produtos foram retomadas, após a volta do feriado do Ano Novo chinês. Além dos preços em queda, ainda não há indicadores oficiais sobre uma eventual retração nos volumes vendidos. A China compra hoje 64% de todo o minério de ferro produzido no Brasil. No longo prazo, com as premissas de que o governo chinês manterá os estímulos à economia, a questão do coronavírus deve se dissipar ainda no primeiro semestre. No caso do agronegócio, os preços das commodities têm caído, mas, por enquanto, não se esperam grandes prejuízos para o País. É que as doenças que atingiram os rebanhos da China, como a peste suína e a gripe aviária, têm aumentado a demanda pela proteína produzida pelo Brasil.

A demanda por carnes (bovina, suína e frango) do Brasil continuará elevada, mas as cotações das proteínas não tendem a subir de maneira muito exagerada. Somente em 2019 as vendas de frango do Brasil para a China cresceram 34%, enquanto as de carne suína saltaram 61% em relação ao ano anterior. Nas bolsas internacionais, os grãos usados na ração animal - como milho e soja - recuaram após o surto do coronavírus, mas o Brasil vendeu parcela significativa de sua safra antecipadamente, o tende a limitar possíveis perdas para o setor. A China compra 80% da soja produzida no País, mas desde o ano passado, por conta da peste suína africana, comprou menos grãos para alimentar seu rebanho, agora reduzido, e elevou a aquisição de carnes. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.