07/Fev/2020

Apesar do surto de coronavírus que atinge a China desde meados de janeiro, o país asiático continuou sendo o principal destino de exportações brasileiras no primeiro mês de 2020. Segundo os números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), entre os 10 principais compradores de produtos brasileiros, a China teve a menor queda na aquisição de bens no mês passado ante janeiro de 2019. As exportações para o país asiático recuaram 8,77% na comparação interanual, de US$ 3,828 bilhões para US$ 3,492 bilhões, puxadas principalmente pela queda no petróleo bruto (US$ 1,174 bilhão para US$ 691,7 milhões, ou -41%) e na soja (US$ 716,5 milhões para US$ 373,3 milhões, ou -48%). Por outro lado, a queda foi compensada por um incremento nas vendas de carnes bovinas (US$ 107,2 milhões para US$ 322,7 milhões, ou 201%) e no minério de ferro (US$ 860,7 milhões para US$ 1,141 bilhão, ou 33%).

Todos os 10 principais parceiros comerciais brasileiros em janeiro de 2019 também reduziram as compras de produtos do País. Os Estados Unidos compraram apenas US$ 1,616 bilhão em produtos brasileiros no mês passado, 28,8% menos do que os US$ 2,272 bilhões de igual mês do ano passado. A diferença partiu de produtos semimanufaturados de ferro ou aço (US$ 196,3 milhões para US$ 150,7 milhões, ou -23,0%) e de óleos de petróleo (US$ 177,5 milhões para US$ 111,2 milhões, ou -37%), embora tenha havido aumento nas compras de petróleo bruto brasileiro (US$ 64,9 milhões para US$ 121,8 milhões, ou 88%). Entre os grandes parceiros comerciais de janeiro de 2019, apenas a Argentina aumentou o valor de suas compras de produtos brasileiros em 2020, de US$ 673,2 milhões para US$ 679,5 milhões, um crescimento de 0,9%. Apesar da queda nas exportações de automóveis (US$ 118,2 milhões para US$ 80,4 milhões, ou -32%) e de minério de ferro (US$ 44,3 milhões para US$ 17,0 milhões, ou -62%) para o país vizinho, houve alta nas vendas de álcoois acíclicos (US$ 1,05 milhão para US$ 102,6 milhões, ou 9642%).

Dos 10 principais produtos de exportação brasileira em janeiro de 2019, 7 tiveram redução nas vendas em 2020. Proporcionalmente, as pastas de madeira tiveram a maior queda (de US$ 976,8 milhões para US$ 526,6 milhões, ou -46%). Em valores absolutos, o maior recuo foi do petróleo bruto (US$ 2,0 bilhões para US$ 1,437 bilhão, ou -28,2%). As importações brasileiras ficaram praticamente estáveis na comparação interanual, com recuo de 1,2% na comparação com janeiro de 2019. Dos dez países dos quais o Brasil mais comprou no primeiro mês do ano passado, cinco ampliaram as vendas para o País e cinco tiveram recuo. Aumentaram as compras de Estados Unidos (8,6%), Alemanha (13,9%), Índia (2,9%), México (0,5%) e Itália (2,3%). Por outro lado, houve queda nas compras de produtos da China (-0,5%), Argentina (-16,8%), Coreia do Sul (-6,6%), Japão (-6,0%) e Rússia (-35,5%). Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.