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16/Jan/2020

Fórum Econômico Mundial: Amazônia é destaque

O Relatório de Riscos Globais 2020 do Fórum Econômico Mundial, publicado nesta quarta-feira (15/01), destaca o "desaparecimento da Amazônia". No documento de 102 páginas, a floresta brasileira ganhou seis parágrafos. Um deles cita que cerca de 12 milhões de hectares de floresta tropical em todo o mundo foram perdidos em 2018, o equivalente a 30 campos de futebol por minuto. A Amazônia, sozinha, perdeu aproximadamente 17% de seu tamanho nos últimos 50 anos, e as taxas de desmatamento aumentaram desde 2012. A Amazônia agora absorve cerca de um terço a menos carbono do que há uma década, e um estudo recente descobriu que o aumento da secura na atmosfera está deixando os ecossistemas ainda mais vulneráveis ao fogo e à seca. O rápido desaparecimento desta floresta tropical pode exacerbar os efeitos das mudanças climáticas: se 20% a 25% da floresta forem perdidos, os cientistas alertam que a Amazônia pode passar por um ponto de inflexão onde ocorre um ciclo vicioso de seca, incêndio e perda de dossel. Neste caso, isso não pode mais ser interrompido.

Esse ponto de inflexão pode ocorrer em algumas décadas. A destruição das florestas do Bornéu também oferece um precedente ameaçador: o desmatamento em massa e os incêndios provocaram a perda de mais de 50% da floresta tropical de planície. O Fórum Econômico Mundial cita que, como a Amazônia é o ecossistema mais diversificado do mundo e o lar de cerca de 10% das espécies terrestres, sua destruição significa que curas potencialmente não descobertas de doenças seriam perdidas para sempre. Incêndios e inundações mais intensos na região, bem como padrões de chuva e secas mais imprevisíveis, também podem ocorrer. Isso prejudicaria a produção de alimentos, aumentaria a escassez de água e reduziria a geração de energia hidrelétrica, com custos econômicos superiores a US$ 3 trilhões. Os mercados agrícolas globais também podem sofrer, já que o Brasil é um dos maiores exportadores agrícolas de produtos do mundo, incluindo soja, milho e carne.

Um declínio significativo na a produção agrícola brasileira poderia aumentar a volatilidade dos preços dos alimentos. O que a história mostra é que pode desencadear a instabilidade e contribuir para deteriorações a longo prazo na segurança alimentar. Comunidades indígenas que dependem da floresta tropical possivelmente vão desaparecer. A indústria do turismo, crítica para as economias da América do Sul, poderia ser seriamente afetada. O documento do Fórum ressalta ainda que a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2010 como o Ano Internacional da Biodiversidade e que, apesar o aparecimento da biodiversidade como um risco máximo por probabilidade e impacto 10 anos depois, persiste uma confusão geral sobre o que é precisamente a biodiversidade por que ela se relaciona com a prosperidade humana e como enfrentar sua perda. As metas de biodiversidade para 2020 ficaram para trás.

Desde que as metas foram estabelecidas em 2011, a produção global de metais, minerais, combustíveis fósseis e biomassa aumentou mais de 20%, enquanto uma área maior que o México foi desmatada. As mudanças climáticas também agravam a incidência de doenças infecciosas. As temperaturas mais quentes estão expandindo os habitats amigáveis aos mosquitos além dos trópicos, espalhando doenças como malária, dengue, febre amarela, vírus do Nilo Ocidental e zika em novas regiões. Em 2015, o efeito El Niño permitiu que o zika vírus se espalhasse do Brasil para o resto da América do Sul. Em 2012, os Estados Unidos registraram um recorde de 5,5 mil casos de vírus do Nilo Ocidental e um aumento de 70% de dengue. Em 2080, o aquecimento global extremo poderia expor um bilhão de pessoas a doenças causadas por mosquitos em regiões anteriormente não afetadas, como Europa e África Oriental. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.