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13/Jan/2020

Inflação acelera com alta acentuada em dezembro

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou dezembro com alta de 1,15%, ante um aumento de 0,51% em novembro. A taxa acumulada pela inflação no ano de 2019 foi de 4,31%. A alta de 1,15% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em dezembro foi o maior resultado para o mês desde 2002, quando a taxa avançou 2,10%. Considerando todos os meses, o IPCA de dezembro foi o mais elevado desde junho de 2018, quando a greve de caminhoneiros levou o índice a um avanço de 1,26%. Em dezembro de 2018, o IPCA ficou em 0,15%. Como resultado, a taxa acumulada pelo IPCA em 12 meses acelerou de 3,27% em novembro para 4,31% em dezembro, acima do centro da meta de 4,25% perseguida pelo Banco Central este ano. O IPCA de 2019 foi o maior desde 2016, quando a inflação foi de 6,29%. O choque de preços das carnes impulsionou a inflação oficial no País, tanto em dezembro quanto no fechamento do ano.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA encerrou dezembro com taxa de 1,15%, mas essa variação teria sido de 0,64% se não tivesse ocorrido a pressão das carnes. No fechamento de 2019, o IPCA subiu 4,31%, mas essa alta teria sido de 3,54% se neutralizada a pressão das carnes. Em dezembro, as carnes ficaram 18,06% mais caras, item de maior impacto individual na inflação do mês, o equivalente a uma contribuição de 0,52%. O avanço pressionou a demanda e, consequentemente, os preços também de outras proteínas: o frango inteiro subiu 5,08%, enquanto os pescados aumentaram 2,37%. Tem um efeito substituição, então outras proteínas acabam sendo afetadas. O custo da alimentação no domicílio cresceu 4,69% em dezembro. As famílias também pagaram mais pelo feijão carioca (23,35%) e tomate (21,69%). Por outro lado, ficaram mais baratos a cebola (-8,76%) e o pão francês (-0,68%), ambos com contribuição de -0,01% para a inflação do mês. A alimentação fora do domicílio subiu 1,04% em dezembro, após uma alta de 0,21% no mês anterior.

A refeição ficou 1,31% mais cara em dezembro, enquanto lanche aumentou 0,94%. Muito provavelmente é inflação de custos. Como teve aumento nas carnes, provavelmente influenciou na refeição e lanche fora. E tem um componente sazonal também do mês de dezembro. O gasto das famílias com Alimentação e bebidas teve uma elevação de 3,38% em dezembro, respondendo por 0,83% do IPCA do mês. A taxa do grupo foi a mais elevada desde dezembro de 2002, quando os preços dos alimentos subiram 3,91%. No ano, o grupo Alimentação e bebidas avançou 6,37%, maior impacto de grupo no IPCA, o equivalente a 1,57%. As carnes ficaram 32,40% mais caras no ano, maior impacto individual na inflação, de 0,86%. Além das carnes, os combustíveis também pressionaram a inflação oficial no País em dezembro. As famílias gastaram 1,54% a mais com Transportes. Os preços dos combustíveis subiram 3,57% em dezembro, impulsionados pela alta de 3,36% na gasolina, segundo maior impacto individual no IPCA do mês, uma contribuição de 0,14%.

O etanol ficou 5,50% mais caro. As passagens aéreas registraram alta de 15,62% em dezembro, terceiro maior impacto no mês, o equivalente a 0,07%. O ônibus interestadual aumentou 3,28% em dezembro, puxado por um reajuste médio de 14% no valor das passagens em Salvador (BA) a partir de 5 de dezembro. O ônibus intermunicipal subiu 0,25%, com um reajuste médio de 4% no valor das passagens em Belém (PA) com vigência a partir de novembro, mas apropriado no índice desde dezembro. A tarifa de energia elétrica recuou 4,24% em dezembro, maior impacto negativo dentro da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês. A conta de luz contribuiu com menos 0,17% para a taxa de 1,15% do IPCA de dezembro. Como resultado, o grupo Habitação saiu de um avanço de 0,71% em novembro para um recuo de 0,82% em dezembro. O movimento foi puxado pela mudança de bandeira tarifária. Em novembro, vigorava a bandeira vermelha patamar 1, com acréscimo de R$ 4,169 a cada 100 quilowatts-hora consumidos.

Em dezembro, passou a vigorar a bandeira amarela, com custo de R$ 1,343 para cada 100 quilowatts-hora. Além disso, houve também reduções tarifárias em Porto Alegre (RS) e Rio Branco (AC). Ainda em Habitação, a taxa de água e esgoto subiu 0,26% em dezembro, devido a reajustes em Belém (PA) e Curitiba (PR). O gás de botijão aumentou 0,08%. A Petrobras anunciou um reajuste de 5,00% no preço do botijão de 13 Kg, nas refinarias, a partir do dia 27 de dezembro. A inflação de serviços passou de 0,20% em novembro para 0,73% em dezembro. O resultado foi inflado pelos aumentos na alimentação fora de casa e nas passagens aéreas. A taxa de inflação de serviços acumulada em 12 meses passou de 3,39% em novembro para fechar o ano de 2019 em 3,50%. Apesar da aceleração o resultado ficou abaixo da taxa do IPCA de 2019, de 4,31%. Os preços de bens e serviços monitorados pelo governo desaceleraram de 0,97% em novembro para 0,35% em dezembro, sob influência da queda na tarifa de energia elétrica. A taxa de inflação de bens e serviços monitorados pelo governo acumulada em 12 meses passou de 4,24% para 5,54% em dezembro, acima do IPCA de 2019. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.