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19/Dez/2019

Gordura trans será banida dos alimentos até 2023

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, no dia 17 de dezembro, resolução para banir o uso de gorduras trans industriais em alimentos até 2023. O objetivo da norma é reduzir o consumo da substância, presente principalmente em alimentos industrializados, como biscoitos, massas instantâneas, margarinas, sorvetes, pratos congelados, chocolates e pipoca de micro-ondas. Diversos estudos apontam relação entre o consumo desse tipo de gordura e o aumento do risco de doenças cardiovasculares. Segundo a Organização Pan-americana da Saúde (Opas), dietas ricas em gordura trans aumentam em 21% o risco de doenças cardíacas e em 28% o risco de morte. A estimativa da Opas é que a substância esteja relacionada a 160 mil óbitos por ano nas Américas. No Brasil, a estimativa é de 18 mil mortes por ano.

Segunda a resolução aprovada, as restrições ao uso de gordura trans serão aplicadas em duas fases principais. Na primeira, que entrará em vigor em julho de 2021, será imposto um limite de 2% de gordura trans sobre o teor total de gordura de cada produto. A norma vale tanto para produtos industrializados quanto para os comercializados no varejo e atacado, como frituras vendidas em restaurantes fast-food. Na segunda etapa, que entrará em vigor em janeiro de 2023, a indústria ficará proibida de usar o ingrediente gordura parcialmente hidrogenada, principal fonte de gordura trans nos alimentos. Estudos apontam que o consumo diário de 1% de gordura trans sobre o valor total de calorias já eleva o risco de doenças cardiovasculares.

Em sua justificativa, a Anvisa destacou que, em 2008, a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já apontava o consumo diário de gorduras trans de no mínimo 1% do valor energético total (VET) para todas as faixas etárias, com os adolescentes chegando a 1,2%. Em 2010, o consumo geral havia crescido para 1,8% em todas as faixas etárias. Desde 1990, evidências científicas apontam para riscos à saúde decorrentes desses ingredientes, como aumento do colesterol ruim no organismo e redução do colesterol bom. A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem publicado recomendações para redução do consumo de gorduras trans desde 2004 e, atualmente, 49 países já atenderam, entre eles Estados Unidos, Canadá e Chile. A gordura trans pode ser de origem animal ou produzida de forma industrial.

Normalmente, o óleo líquido é transformado em gordura sólida, o que dá mais sabor e aumenta o prazo de validade dos produtos, por isso o grande uso. A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) afirmou que a mudança contou com o apoio da entidade. E o setor já vem reduzindo a quantidade de gordura trans nos produtos. O setor sabe da importância dessa medida para o consumidor. As empresas associadas da Abia já vêm, há alguns anos, alterando suas fórmulas com o objetivo de diminuir significativamente o teor de gorduras trans dos alimentos. Portanto, o impacto das novas regras deverá ser mínimo. A indústria brasileira investe consistentemente na inovação de seu portfólio. Já reduziu os teores de gorduras trans e sódio dos alimentos e está em processo a redução de açúcares. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.