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18/Dez/2019

EUA-China: agro do Brasil poderá ser prejudicado

Segundo o Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), a meta norte-americana de atingir US$ 50 bilhões em exportações agrícolas à China nos próximos dois anos é ambiciosa e difícil de ser cumprida, mas, se ocorrer, deverá ser em detrimento dos produtos brasileiros. Um volume tão grande de exportações só seria alcançado se um mecanismo de compra privilegiada for criado ou se mercados que hoje estão fechados para produtos norte-americanos na China forem abertos. O impacto nas vendas brasileiras, contudo, não será sentido de imediato. Com a quebra de safra norte-americana de grãos, o espaço para as compras chinesas ficou limitado.

Por isso, o que deve acontecer em 2020 será uma reversão ao cenário pré-guerra comercial. Desde 2017, quando a disputa começou, o Brasil viu as vendas de produtos agrícolas saltarem e ultrapassou a liderança dos Estados Unidos para esse segmento na China. Em 2016, os Estados Unidos venderam US$ 25 bilhões para a China nesse nicho, e o Brasil, R$ 20 bilhões. Em 2017, os norte-americanos reduziram as exportações para US$ 24 bilhões e o Brasil acelerou para R$ 27 bilhões. Foi em 2018, contudo, que a desaceleração nas vendas norte-americanas abriu espaço para os exportadores brasileiros, sobretudo na soja.

A China comprou US$ 35 bilhões em produtos agrícolas do Brasil e US$ 13 bilhões dos Estados Unidos. Estrutura similar deve ser vista também em 2019. Ninguém sabe como os Estados Unidos pretendem chegar a esse volume de US$ 50 bilhões. No topo, até hoje, conseguiram exportar US$ 30 bilhões. Se conseguirem alcançar esse objetivo, terá que ser em detrimento das compras do Brasil. O mercado mais ameaçado é o de soja, mas há um risco sobre outros produtos agrícolas. Os Estados Unidos podem prejudicar o Brasil, além da soja, em produtos como algodão e carnes. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.