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17/Dez/2019

Argentina: impacto da alta de taxas na exportação

A mudança anunciada no sábado (14/12) nos tributos sobre a exportação (direitos de exportação) na Argentina pode gerar perdas para os produtores do País, apontou o La Nación. O jornal diz que, considerando os preços atuais das commodities e os rendimentos médios das últimas cinco temporadas, produtores não conseguirão cobrir custos no milho e trigo com direitos de exportação de 12%, e a conta de custos e receita fica quase zerada na soja com o tributo de 30%. Para direitos de exportação de 30% na soja, os produtores argentinos têm de colher 2,98 toneladas por hectare para pagar os custos - a média nas últimas cinco temporadas foi de 3 toneladas por hectare.

No caso do milho, eles precisam obter 7,4 toneladas por hectare para não perder dinheiro, e a média é de 7,3 toneladas por hectare. Já para o trigo, o rendimento teria de ser de 3,08 toneladas por hectare, ante 3,07 toneladas por hectares na média. O jornal argentino Clarín destacou a confusão provocada pelas informações desencontradas do novo governo. Esclareceu que o tributo sobre de soja, farelo e óleo passará de 24,5% para 30%, enquanto o imposto sobre importação de milho e trigo aumentará de 6,5% para 12%. No caso de carne e leite, as tarifas passariam de 4,5% para 9%.

A medida anulou a tributação proposta pelo ex-presidente, Mauricio Macri, que levava em conta as oscilações do dólar na incidência da tarifa. Também foi assinada uma resolução para fechar os registros para declarar vendas ao exterior de grãos nesta segunda-feira (16/12). A medida normalmente é feita antes do anúncio de novas medidas, para evitar que produtores corram para fechar vendas antes da mudança, e o fato de ter sido anunciada junto com a mudança de tarifação despertou temores de que novas medidas poderiam ser anunciadas na sequência, o que, por ora, foi negado pelo governo.

O aumento nos tributos sobre exportações vai estimular os agricultores argentinos a produzirem menos trigo e soja em 2020/2021. Para os agricultores, o imposto significa que eles ganham menos ao exportar seus produtos. Em geral, isso significa que produzirão menos dos produtos em questão. Qualquer recuo significativo na produção argentina terá efeito nos mercados agrícolas globais, já que o país é o maior exportador de farelo e óleo de soja e o sexto maior exportador de trigo. Fontes: La Nación, Clarín, Broadcast Agro e Cogo Inteligência em Agronegócio.